Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Economia

Mototáxi por menos de R$ 1? Veja as estratégias da Uber e 99 para atrair clientes em SP


Apesar de um imbróglio com a gestão municipal da cidade de São Paulo, tanto a Uber quanto a 99 tem mantido o serviço de mototáxi. A primeira a retomar o serviço na capital paulista foi a 99, que completará dez dias de operação nesta sexta-feira, 24.

Nestes primeiros dias, tem relatado preços baixos e surpreendentes nas corridas de mototáxi – em partes, pela utilização de cupons de desconto ou vouchers.

Nas redes sociais, internautas relatam preços abaixo de R$ 5 ou até mesmo na casa dos centavos para pedir um mototáxi em São Paulo. Veja abaixo:

O que dizem as empresas
O site IstoÉ Dinheiro entrou em contato com a Uber e a 99 para entender a política de preços.

A 99 garantiu que, apesar dos preços baixos e do desconto, há um valor mínimo assegurado ao motociclista parceiro pelo aplicativo. Ou seja, em uma corrida de centavos, mesmo assim o motociclista receberia um valor maior, que é subsidiado pela própria empresa de mobilidade.

"No momento, a 99 tem apresentado a categoria 99Moto para novos usuários por meio de cupons disponibilizados no aplicativo, além de comunicação via app para motociclistas, que agora também podem realizar o transporte de passageiros", diz a empresa, em nota.

Até o fechamento desta reportagem, a Uber não se manifestou sobre os preços. Usuários tem relatado receber cupons de R$ 10 para utilizar nas suas primeiras experiências com o serviço.

Ao anunciar a volta do serviço nesta semana, a Uber informou preços em média 40% mais baixos do que o UberX.

Mototáxi é legal na cidade de São Paulo?
Desde o lançamento do serviço, a Prefeitura de São Paulo tem feito uma ofensiva, todavia as empresas seguem com a oferta de corridas de moto por aplicativo.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), criticou a empresa e a chamou de "assassina" em uma ocasião.

"Nós não vamos permitir que essa empresa venha para cá e faça uma carnificina. São assassinos. Essas empresas são empresas assassinas e irresponsáveis", disse o mandatário, em entrevista coletiva à imprensa.

Apesar do decreto municipal, a empresa de mobilidade usa de respaldo uma legislação federal que estabelece que as prefeituras podem regulamentar e fiscalizar a atividade com exigências específicas, mas não têm necessariamente o poder de realizar uma proibição.

Além disso, cita que já existem 20 decisões judiciais confirmando esse entendimento sobre a legalidade da categoria, incluindo uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2019, que firmou a impossibilidade de proibição, por se tratar de "atividade legítima exercida de livre iniciativa e autorizada pela Constituição".

Com uma semana de operação, a 99 relatou já ter ultrapassado a marca de 200 mil viagens dessa modalidade em SP.

Bruno Rossini, diretor de Comunicação da 99, disse em entrevista ao site IstoÉ Dinheiro que a legislação atual respalda a atividade da companhia nos 3,3 mil municípios em que a empresa opera – e deveria respaldar também em São Paulo.

Os dados internos da empresa mostram que 0,0003% desse total apresentou casos de acidentes de trânsito – número que a companhia considera pequeno.

No dia 20 de janeiro, uma decisão da Justiça de São Paulo determinou que a Prefeitura tem competência para fiscalizar a atividade.

O desembargador Eduardo Gouvêa, da 7ª Câmara de Direito Público, contrariou a 99, que tentava obter uma liminar para barrar o decreto da gestão municipal. Todavia, na última decisão judicial até então, a 99 foi favorecida.

A 8ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo chegou a suspender o serviço de mototáxi da 99 na capital paulista, mas as motos seguiram circulando.

A Prefeitura pedia à Justiça uma multa de R$ 1 milhão por dia à 99, por a empresa oferecer o serviço – que agora é visado pela Uber. Todavia, a Justiça de São Paulo indeferiu esse pedido de tutela antecipada feito pela Prefeitura da capital para multar a 99 pelo serviço de transporte de passageiro por motocicletas. A decisão foi do juiz Josué Vilela Pimentel, da 8ª Vara de Fazenda Pública, a partir de uma ação civil pública apresentada pela Prefeitura.

De acordo com o magistrado, "resta pacificado pelo julgamento do Tema 967 do STF que é inconstitucional a proibição ou restrição de transporte privado individual por motorista cadastrado em aplicativo, por constituir violação aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência".

Na decisão, o juiz também apontou para julgamentos anteriores de outros municípios e estados que consideraram inconstitucionais leis que tentaram proibir o serviço.

Veja a cronologia das decisões:

Vale destacar que, no passado, o serviço em questão chegou a ser lançando em SP – e também na cidade do Rio de Janeiro – por volta de janeiro de 2023. Já nessa época a gestão municipal de São Paulo se mostrava contrária à atividade.

O Comitê Municipal de Uso Viário (CMUV) notificou a 99 sobre a suspensão das viagens feitas por motocicletas. O comitê ainda sinalizou que quem oferecesse o serviço estaria sujeito a sanções administrativas, multa e até perder a licença para operar na cidade.

Depois disso, foi então publicado o decreto municipal da gestão de Nunes, que é utilizado até hoje pela gestão para tentar coibir a exploração do serviço de mototáxi.

Agora Notícias Brasil

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!