O novo ministro do Interior da Síria, Mohamed Abdel Rahman, declarou nesta quarta-feira (25) que 14 membros de seu ministério foram mortos por "remanescentes" do regime deposto de Bashar al-Assad na província de Tartus. A declaração veio após uma ONG relatar confrontos na região.
"Quatorze membros do Ministério do Interior foram mortos e outros 10 ficaram feridos após uma emboscada traiçoeira realizada por remanescentes do regime criminoso na província de Tartus, enquanto cumpriam suas funções de manter a segurança e a proteção", afirmou Abdel Rahman.
Após protestos e confrontos que resultaram em "várias mortes", as autoridades sírias reforçaram a segurança nas províncias de Damasco, Homs, Tartus e Latakia. As medidas incluem a imposição de um toque de recolher, válido entre 18h e 8h, e o envio de tropas adicionais, incluindo forças de elite mascaradas, para pontos estratégicos.
O Comando de Operações Militares, vinculado à coalizão que depôs Assad no início do mês, afirmou que "não tolerará tentativas de desestabilizar a segurança ou aterrorizar os moradores". As forças também estão investigando ataques atribuídos a grupos ligados ao antigo regime.
Manifestações envolvendo a comunidade xiita alauita, à qual Assad pertence, foram registradas após a circulação de vídeos mostrando o incêndio de um santuário religioso em Aleppo. O Ministério do Interior afirmou que o vídeo é antigo e foi divulgado para fomentar divisões entre os sírios.
Confrontos violentos em Tartus e Latakia envolveram forças de segurança e grupos armados locais. O Observatório Sírio para os Direitos Humanos relatou a morte de pelo menos seis pessoas nesses embates. Em Tartus, um grupo armado atacou uma patrulha que tentava prender um ex-oficial do regime, resultando na morte de seis agentes e três agressores.
Apesar de a transição na Síria estar sendo considerada relativamente tranquila, o cenário permanece instável. Desde a queda de Assad, há relatos de atos de vingança que vitimaram dezenas de pessoas, em sua maioria alauitas. Observadores afirmam que o futuro político do país ainda é incerto, especialmente diante do desafio de equilibrar as promessas de pluralismo com o histórico ideológico da coalizão insurgente.
(Com informações da AP, EFE e AFP)