Israel e o grupo terrorista Hamas se acusaram mutuamente de dificultar os esforços para alcançar um acordo de cessar-fogo nesta quarta-feira, enquanto as duas partes se aproximam de um entendimento que pode encerrar a guerra de 14 meses em Gaza.
As negociações parecem estar mais avançadas do que nos últimos meses, com a possibilidade de um acordo que traria dezenas de reféns de volta para casa. Contudo, já ocorreram situações em que as conversas chegaram perto do sucesso e, em seguida, fracassaram.
Nesta quarta-feira, o Hamas acusou Israel de introduzir novas condições relacionadas à retirada de Gaza, aos prisioneiros e ao retorno de pessoas deslocadas, afirmando que isso estava atrasando o acordo.
A equipe de negociação de Israel, que inclui membros das suas agências de inteligência e do exército, retornou do Catar na terça-feira à noite para consultas internas, após uma semana de "negociações significativas", conforme disseram autoridades israelenses.
Israel estima que ainda há cerca de 100 reféns em Gaza, sendo que pelo menos um terço deles acredita-se que tenha morrido durante o ataque de outubro ou em cativeiro.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que assumirá o cargo no próximo mês para o seu segundo mandato, exigiu a liberação imediata dos reféns israelenses, afirmando nas redes sociais que, caso contrário, "eles PAGARÃO CARO".
Após o retorno da equipe de negociação de alto nível de Israel de Doha esta semana, as famílias dos reféns convocaram uma coletiva de imprensa de emergência em Tel Aviv, clamando por um cessar-fogo e o fim definitivo da guerra.
As famílias planejam uma cerimônia especial de acendimento de velas na Praça dos Reféns, em Gaza, na quarta-feira, marcando a primeira noite de Hanukkah.
O bombardeio israelense e a invasão terrestre em Gaza já resultaram na morte de mais de 45.000 palestinos, mais da metade deles mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, que não faz distinção entre combatentes e civis em seu levantamento.
Gazeta Brasil