Pelo menos 46 pessoas morreram em um bombardeio realizado pelo Paquistão na província de Paktika, no Afeganistão, na última terça-feira (24). A confirmação veio nesta quarta-feira (25) por meio de Hamdullah Fitrat, vice-porta-voz do Talibã.
Até o momento, não houve manifestação do governo e das forças armadas paquistanesas sobre o ataque.
O Ministério da Defesa do Talibã afirmou que as forças paquistanesas conduziram ataques aéreos no distrito de Barmal, na província de Paktika, na noite de terça-feira, com civis como alvo principal, incluindo mulheres e crianças. A maioria das vítimas seria composta por migrantes waziristanis. Em comunicado, o Talibã condenou os ataques, classificando-os como uma violação dos princípios internacionais e um ato de agressão ao território afegão. Segundo o ministério, essas ações são consideradas arbitrárias e agressivas e, na visão do Talibã, não contribuem para a resolução de conflitos. As autoridades afirmaram ainda que a maioria das vítimas eram refugiados waziristanis que residiam na região.
O Talibã também declarou que não deixará o incidente sem resposta, enfatizando o direito legítimo de defender o solo e a soberania do Afeganistão. Fontes locais relataram a morte de pelo menos cinco pessoas, embora o número possa ser maior, já que mais informações ainda estão sendo coletadas. Além disso, os ataques causaram danos extensos a residências civis na área.
O episódio ocorre em meio a tensões crescentes entre o Talibã e o Paquistão, que têm se acusado mutuamente de abrigar militantes. Os ataques aéreos representam um agravamento significativo na relação entre os dois países vizinhos, já desgastada nos últimos meses. Coincidentemente, o bombardeio aconteceu enquanto uma delegação paquistanesa liderada por Mohammad Sadiq, enviado especial do Paquistão para o Afeganistão, estava em Cabul para negociações com autoridades do Talibã.
Gazeta Brasil