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Política

Ibaneis sobre decreto que restringe força policial: Interferência


O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), criticou o decreto que regula o uso da força policial no Brasil. A norma, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi publicada na edição do Diário Oficial da União (DOU) de terça-feira (24/12) e restringe o uso de força policial em abordagens, incluindo a utilização de armas de fogo e instrumentos não letais, buscas domiciliares e a atuação dos policiais penais nos presídios.

Ao Metrópoles, Ibaneis classificou a norma como "interferência". "Mais uma interferência do governo federal na autonomia dos estados e do DF, ferindo a Constituição", disse.

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), também reagiu ao decreto. Pelas redes sociais, ele disse: "O crime organizado celebra hoje o grande presente de Natal recebido do presidente Lula. Um decreto que lhes garante mais liberdade de ação e promove o engessamento das forças policiais. É o modelo PT-venezuelano, que parece querer incendiar o país".

De acordo com ele, caso os estados não sigam as diretrizes perderão acesso aos fundos de segurança e penitenciário. "Trata-se de uma chantagem explícita contra os estados, que acaba favorecendo a criminalidade".

E prosseguiu: "O texto evidencia que a cartilha do governo Lula para a segurança pública foca apenas em crimes de menor potencial ofensivo, como furtos. Mas não estamos na Suécia. A realidade brasileira é marcada por narcotraficantes violentos, equipados com um vasto arsenal, que travam uma verdadeira guerra contra o Estado democrático de direito".

Na opinião de Caiado, "enquanto o crime organizado avança como uma metástase sobre todos os setores do país, o governo federal trabalha, dia após dia, para enfraquecer os mecanismos de defesa da nossa sociedade. Isso vai além da omissão: é conivência".


Sobre o decreto

O decreto assinado por Lula dá ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) a competência para editar normas complementares, além de financiar, formular, implementar e monitorar ações relacionadas ao tema.

O ministério irá oferecer capacitações sobre o uso da força para os profissionais de segurança pública. Em até 90 dias, a pasta irá editar portaria detalhando os procedimentos.

Veja abaixo os principais pontos:

O texto também estabelece que não é legítimo o uso de arma de fogo contra:

Há a previsão de que sempre que o uso da força resultar em ferimento ou morte, a ocorrência deve ser detalhada, nos termos que serão elaborados pelo Ministério da Justiça.

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