A recente pesquisa da Genial/Quaest que apontou uma queda acentuada na popularidade da primeira-dama Janja da Silva acendeu o alerta no Partido dos Trabalhadores (PT). De acordo com informações apuradas pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, integrantes da sigla avaliam que, por mais que a antipatia em relação à esposa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não seja hoje um "problema tão grande", pode vir a se tornar, caso passe a afetar a imagem do mandatário do Executivo, especialmente em um cenário econômico adverso.
– Na análise de integrantes do partido, hoje o problema não é tão grande. Ele se restringiria à própria primeira-dama, que fracassa em termos de popularidade mesmo depois de abandonar o comportamento de apenas dançar e cantar em palanques para adotar agendas mais sérias como a do combate à fome. Compromete também a ambição dela de querer interferir na comunicação do governo, já que nem da própria imagem ela conseguiria cuidar direito – afirma Bergamo.
– A antipatia em relação a Janja, no entanto, pode se transformar, sim, em um grande problema caso o governo de Lula enfrente, no futuro próximo, um cenário econômico mais adverso, com o presidente perdendo popularidade, analisam as mesmas lideranças – acrescenta a colunista.
De acordo com Bergamo, uma das razões para o aumento da visão negativa acerca de Janja é sua "busca incessante por protagonismo". Para integrantes do PT, a oposição pode tomar a primeira-dama um "alvo fácil e simbólico", explorando essa falta de popularidade para atingir o presidente.
– Os gastos da primeira-dama em viagens e com assessores, por exemplo, serviriam para desgastar o governo em momento de crise econômica e aperto de cintos – cita Bergamo.
Os analistas do PT ainda estariam tentando compreender os motivos por trás da queda da simpatia por Janja, que é mais baixa que a do esposo. Eles não chegaram a conclusões concretas, contudo, acreditam que um dos fatores podem ser uma "certa arrogância" em seu discurso.
O levantamento feito no início de dezembro mostrou que a avaliação positiva de Janja saiu de 28% para 22% em um ano, e que a negativa foi de 26% a 28%. Em relação ao início do governo, o contraste é ainda maior. Em fevereiro de 2023, 41% das pessoas tinham uma análise favorável sobre a esposa de Lula, o que indica que ela perdeu quase metade de sua popularidade desde o início do terceiro mandato do petista.
A Quaest entrevistou 8.598 brasileiros com 16 anos ou mais, entre os dias 4 e 9 de dezembro. A margem de erro é de um ponto percentual, e o nível de confiança, de 95%.
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