O Partido dos Trabalhadores (PT) registrou uma queda expressiva no apoio de eleitores de baixa renda na cidade de São Paulo, conforme análise divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo. O percentual de votos válidos do partido em áreas de menor renda caiu de 29,1% em 2012 para 18,3% em 2024.
A maior redução aconteceu entre 2012 e 2016, período marcado pelo impeachment de Dilma Rousseff e pela ascensão de grupos de direita, com uma perda de sete pontos percentuais. Entre 2016 e 2020, o partido perdeu mais quatro pontos. Apenas em 2024, o PT conseguiu uma leve recuperação, crescendo quase um ponto percentual.
Impacto nas Áreas de Baixa Renda
A perda de votos do PT foi mais acentuada em regiões de baixa renda, definidas como aquelas onde o rendimento médio mensal por pessoa não ultrapassa R$ 1.407. Em 97,4% dos setores censitários dessas áreas, o partido encolheu desde 2012.
No distrito de Lajeado, na zona leste da capital paulista, a queda foi particularmente expressiva, passando de 37% para 18% dos votos válidos no período.
Crescimento de Outros Partidos
Enquanto o PT perdeu espaço, partidos como NOVO, MDB, União Brasil e PL avançaram significativamente entre os eleitores de baixa renda na cidade de São Paulo.
Análise Política
O cientista político Cláudio Couto, da Fundação Getulio Vargas (FGV), atribui grande parte das dificuldades do PT ao desgaste político sofrido em 2016, especialmente quando Fernando Haddad perdeu a reeleição no primeiro turno para João Doria (PSDB).
Couto destaca que o partido ainda não conseguiu se recuperar completamente desde a crise daquele ano, o que tem prejudicado seu desempenho tanto no cenário municipal quanto nacional.
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