O senador Rogério Marinho (PL-RN) solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) o afastamento cautelar do presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Márcio Pochmann. Em publicação no X (antigo Twitter) nesta terça-feira (28), Marinho afirmou que o IBGE foi transformado em um "puxadinho ideológico" do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que a atual gestão compromete a "credibilidade e referência técnica" da instituição em favor de interesses políticos.
"Sob o PT, o IBGE virou mais um puxadinho ideológico do governo, que sacrifica a credibilidade e referência técnica da instituição em favor de seu projeto de poder. Lula ignora a lei em favor de uma gestão autoritária, temerária e alheia ao interesse público. Por isso, solicitamos ao TCU o afastamento cautelar de Márcio Pochmann e a suspensão de atos que ferem a transparência e a lei!", afirmou Marinho.
Crise interna e saída de diretores
O pedido de Marinho ocorre em meio a uma crise interna no IBGE, marcada pela saída dos diretores João Hallak Neto e Elizabeth Hypolito, responsáveis pela Diretoria de Pesquisas (DPE). Embora os dois não tenham esclarecido publicamente os motivos de suas decisões, o sindicato dos servidores do IBGE, Assibge-Sindicato Nacional, atribuiu as demissões a "decisões arbitrárias" da presidência do órgão.
Além disso, as mudanças nas diretorias de Pesquisa, Geociências e Informática para um novo endereço no Horto, Zona Sul do Rio de Janeiro, também são alvo de críticas. Segundo o sindicato, a mudança dificulta o acesso de servidores e agrava os problemas administrativos.
"Apenas com a suspensão das atuais medidas e a abertura de um diálogo real com os servidores será possível superar a crise enfrentada pelo órgão", declarou o Assibge-Sindicato Nacional.
Carta aberta denuncia gestão
Em janeiro, uma carta assinada por diretores e gerentes do IBGE alertou sobre o que chamaram de "viés autoritário, político e midiático" da gestão de Pochmann. No documento, os signatários afirmam que a condução do presidente compromete a missão institucional do órgão e criticam a criação da Fundação IBGE+, apresentada como uma solução para os problemas financeiros do instituto.
Resposta do IBGE
A presidência do IBGE respondeu às acusações, afirmando que as mudanças implementadas refletem o "compromisso com a causa pública e republicana". Apesar disso, a insatisfação entre os servidores persiste, e os movimentos sindicais reforçam a necessidade de reavaliar as decisões tomadas pela atual gestão.
Pressão sobre o governo
O pedido de afastamento de Pochmann por parte de Rogério Marinho e as críticas crescentes à gestão do IBGE adicionam pressão ao governo Lula, que já enfrenta desafios relacionados a medidas econômicas e a manutenção da credibilidade de órgãos técnicos.
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