A Venezuela acumula uma dívida de mais de R$ 10 bilhões com o Brasil, conforme dados divulgados pelo Ministério da Fazenda. Entre agosto e dezembro de 2024, o saldo devedor cresceu US$ 39,7 milhões, ou cerca de R$ 240 milhões, considerando a cotação atual do dólar.
De acordo com a Secretaria de Assuntos Internacionais da Fazenda, o calote da gestão de Nicolás Maduro já totaliza US$ 1,7 bilhão até 31 de dezembro de 2024. Apesar da magnitude da dívida, as negociações para quitação estão estagnadas. "Ainda estamos na fase de conciliação de contas, sem reuniões previstas até o momento", informou a secretaria à Veja.
A origem da dívida remonta a operações de financiamento realizadas para exportação de bens e serviços por empresas brasileiras. Em maio de 2023, durante a visita oficial de Maduro ao Brasil, quando foi recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o débito venezuelano era estimado em US$ 1,27 bilhão.
Na ocasião, os dois governos anunciaram a criação de uma mesa de negociações, com reuniões virtuais realizadas até setembro daquele ano. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o objetivo era reprogramar os pagamentos da dívida. No entanto, desde então, o diálogo entre os países não avançou.
As relações entre Lula e Maduro, que já foram aliados próximos, se deterioraram nos últimos meses. O governo brasileiro manifestou "grande preocupação" com denúncias de violações de direitos humanos contra opositores do regime na Venezuela. Mesmo assim, uma embaixadora foi enviada à cerimônia de posse de Maduro no início de 2025, um movimento interpretado como uma tentativa de manter os laços diplomáticos.
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