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Internacional

Celac Convoca Reunião De Emergência Em Meio À Crise De Deportação Dos EUA


© Ricardo Stuckert / PR

A presidente de Honduras, Xiomara Castro, convocou uma reunião de emergência da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) para quinta-feira, 30 de janeiro. O encontro, que ocorrerá em formato híbrido, terá como pauta questões relacionadas à imigração, meio ambiente e a busca por unidade entre os países latino-americanos e caribenhos, diante da crescente crise envolvendo a deportação de imigrantes latino-americanos pelos Estados Unidos sob o novo governo de Donald Trump.

Em uma publicação nas redes sociais, Castro, que lidera a presidência rotativa da Celac, destacou a urgência de discutir os impactos da nova política de deportações, que tem gerado repercussões em vários países da região. O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que participa ativamente das discussões no bloco, está avaliando sua participação na reunião, que deverá ocorrer remotamente, de acordo com fontes próximas ao Itamaraty.

A crise ganhou contornos mais tensos após o governo de Trump impor sanções à Colômbia, após o presidente Gustavo Petro se recusar a permitir o pouso de dois voos militares dos EUA que transportavam deportados. Trump reagiu com medidas severas, incluindo a suspensão de vistos para membros do governo colombiano, tarifas alfandegárias de 25% sobre mercadorias colombianas e a ameaça de aumentar essa porcentagem em uma semana. O presidente americano afirmou que a decisão de Petro colocou em risco a segurança nacional dos EUA, justificando assim as sanções.

Por sua vez, Petro respondeu com retaliações econômicas, impondo tarifas semelhantes sobre produtos americanos e fazendo declarações irônicas nas redes sociais, destacando a tensão crescente entre os dois países. "Trump, não gosto muito de viajar para os EUA, é meio chato", afirmou o líder colombiano, alfinetando o ex-presidente americano.

Além disso, o presidente colombiano trouxe à tona o caso de brasileiros que acusam agentes de imigração dos EUA de agressão e tratamento degradante, afirmando que não aceitará mais deportações em aviões militares.

Com a mudança de postura do Brasil sob o governo de Lula, que retornou à Celac após o afastamento durante o governo Bolsonaro, a reunião da próxima quinta-feira se torna um marco importante na busca por uma resposta regional unificada para lidar com os desafios impostos pela nova política migratória dos Estados Unidos.

Em Tegucigalpa, a reunião contará com a presença de Gustavo Petro, que confirmou sua participação presencial, e deverá marcar uma nova fase nas relações diplomáticas da América Latina com os EUA, enquanto a comunidade latino-americana tenta equilibrar questões internas de imigração e as tensões diplomáticas com Washington.

Gazeta Brasil

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