A Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) considera "mais provável" a hipótese de que a Covid-19 tenha se originado em um laboratório na China, de acordo com informações divulgadas recentemente por fontes ligadas à inteligência americana. Esse posicionamento reacende o debate internacional sobre as origens da pandemia, que já resultou em mais de 6 milhões de mortes ao redor do mundo e transformou radicalmente a economia e a saúde global.
A investigação da CIA aponta para a possibilidade de um acidente ocorrido no Instituto de Virologia de Wuhan, localizado na cidade onde os primeiros casos de Covid-19 foram registrados. Apesar de não apresentar provas conclusivas, o relatório destaca indícios que dão suporte à tese laboratorial, como estudos realizados no instituto com coronavírus e questões relacionadas à segurança no manuseio de agentes biológicos perigosos.
Esse novo relatório contrasta com as declarações iniciais da Organização Mundial da Saúde (OMS), que no início das investigações considerava a origem natural — ou seja, a transmissão de um animal para humanos — como a principal hipótese. Entretanto, a posição da OMS também evoluiu, com a organização reconhecendo recentemente que todas as possibilidades ainda estão em aberto e pedindo mais colaboração por parte das autoridades chinesas.
O governo da China, por sua vez, rejeita categoricamente as alegações de origem laboratorial e critica os Estados Unidos por "politizar a pandemia". Autoridades chinesas reiteram que o país colaborou com as investigações internacionais, mas apontam que as acusações têm motivação política e visam enfraquecer a imagem da China no cenário global.
A repercussão do relatório da CIA já é evidente. Nos Estados Unidos, o tema foi amplamente debatido por parlamentares republicanos, que pressionam por sanções à China e por mais investimentos em segurança biológica. No Brasil, especialistas destacam que, embora o debate seja relevante, o foco também deve estar no fortalecimento das políticas de saúde pública para evitar futuras pandemias.
Com as investigações ainda em andamento, a origem exata do SARS-CoV-2 segue envolta em mistério. No entanto, o tema continua a gerar divisões e tensões geopolíticas, enquanto o mundo busca entender melhor o que levou a uma das maiores crises da história contemporânea.
Por: AFP