O assessor especial da
Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, afirmou nesta
sexta-feira (2) que o Brasil precisa de "cautela" em relação às atas das
eleições na Venezuela. Ele argumentou que ainda não há uma "visão clara" sobre
o que aconteceu no pleito presidencial do país vizinho e disse ser necessário
mais estudos sobre a situação.
As declarações do assessor ocorreram em entrevista à CNN Brasil.
– Até hoje nós não temos essa visão clara porque as atas não foram
distribuídas conforme se esperava – afirmou.
Amorim também apontou que os dados da oposição ao regime de Maduro
são "informais" e foram averiguados por meio de mecanismos rápidos de contagem,
como a boca de urna.
– É uma coisa que teria que ser mais bem estudada – acrescentou.
Durante a entrevista, ao ser questionado se o Brasil tomaria uma
posição análoga à dos Estados Unidos de reconhecer o adversário de Maduro,
Edmundo González, como presidente, Amorim acredita ser difícil que esse caminho
seja seguido, sendo necessário mais conversas para encontrar uma "solução".
Na ocasião, o ex-chanceler do Brasil criticou as sanções
econômicas dos EUA na Venezuela, dizendo que a sua retirada teria "facilitado
muito o transcurso das eleições" locais. Ele lamentou ainda que a União
Europeia "também tenha embarcado nessa canoa furada".
*AE