O jornal americano The Washington Post, um dos mais influentes dos
Estados Unidos, pediu que o presidente Joe Biden (foto) abandone sua campanha à
reeleição.
Em editorial publicado na sexta-feira, 12 de julho, o Washington Post
citou a entrevista coletiva desastrosa do dia anterior, quando Biden apresentou
o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como "presidente Putin" e chamou
Kamala Harris de "vice-presidente Trump".
Para o jornal, o democrata não conseguiu dissipar as dúvidas sobre sua
capacidade de derrotar Donald Trump nas urnas.
"A melhor maneira de evitar que Trump chegue ao Salão Oval é oferecer
uma alternativa forte" a Biden, diz o editorial, que sugere entregar a
candidatura a um "a um sucessor com maior capacidade" de vencer a eleição.
"Na verdade, com base nos seus comentários de quinta-feira, Biden parece
estar um tanto alheio ao furor político que o rodeia e em negação sobre a sua
fragilidade, pessoal e politicamente", acrescenta o jornal.
Para o Washington Post, o que torna o "declínio cognitivo" de Biden
"especialmente prejudicial" é que ele e os seus assessores "falharam
sistematicamente em ser sinceros com o público sobre o assunto".
"É notório que Trump e seus principais conselheiros parecem preferir
enfrentar Biden a um rosto mais jovem. Nenhum partido tão desanimado e dividido
como o Partido Democrata tem, neste momento, chance de ganhar a presidência",
afirma o editorial, dizendo que Biden "nega estar com problemas políticos e
rejeita resultados negativos das pesquisas".
"Suspeitamos que a sorte dos Democratas melhoraria com uma nova chapa
nacional."
Jornais pressionam Biden a desistir
Além do The Washington Post, jornais importantes como The New York Times, Wall
Street Journal, Financial Times e a revista The Economist também pediram em
editoriais que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, desista de concorrer
à reeleição.
Em comum, as publicações afirmam acreditar que o democrata não tem
condições de derrotar Donald Trump.
Biden martelado
Na sexta-feira, um dia após coletiva de imprensa desastrosa, Biden afirmou que
está sendo "martelado" pela imprensa por confundir nomes "às vezes".
Em um comício na cidade de Detroit, no Michigan, o democrata citou os
comentários sobre seu desempenho no debate contra Donald Trump, em 27 de junho.
"Vocês devem ter notado que, desde o debate, a imprensa está me
martelando. Eu cometo vários erros. Está tudo bem. Estão me martelando porque
às vezes confundo nomes."
Durante encontro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o
presidente dos Estados Unidos apresentou o seu homólogo ucraniano, Volodymyr
Zelensky, como "presidente Putin".
"E agora, que quero passar a palavra ao presidente da Ucrânia, que tem
tanta coragem quanto determinação, Senhoras e senhores, presidente Putin",
disse Biden.
Na sequência, ele se corrigiu e afirmou: "Presidente Zelensky. Eu estou
tão focado em derrotar Putin".
Biden também chamou Kamala Harris de "vice-presidente Trump" e disse
ainda estar "seguindo o conselho do meu comandante-em-chefe", que, ao menos
oficialmente, é ele mesmo."Eu não teria escolhido vice-presidente Trump para
ser vice-presidente se não achasse que ela não fosse qualificada para ser
presidente", afirmou em coletiva de imprensa ao ser questionado sobre a pressão
interna no Partido Democrata para que desista da candidatura.
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