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Política

Haddad acusa Bolsonaro de estar envolvido na crise do Pix


Washington Costa/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou nesta sexta-feira (17) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está "por trás" da crise envolvendo o monitoramento de transações via Pix, que havia sido anunciado pela Receita Federal e revogado após forte repercussão negativa. Em entrevista à CNN, Haddad associou o ex-presidente e o PL à produção de vídeos críticos à medida, além de citar investigações da Receita envolvendo a família Bolsonaro como um possível motivo para a reação contrária.

"Tenho para mim que o Bolsonaro está um pouco por trás disso, porque o PL financiou o vídeo do [deputado] Nikolas [Ferreira], e o [marqueteiro] Duda Lima foi quem fez a produção. Eu penso que o Bolsonaro tem uma bronca com a Receita pelas questões conhecidas", afirmou Haddad, referindo-se às investigações em curso sobre o ex-presidente e sua família.

Haddad destacou que a Receita Federal foi responsável por investigar episódios envolvendo a família Bolsonaro, como o roubo de joias sauditas, o esquema das rachadinhas e a compra de mais de 100 imóveis sem justificativa clara de renda. Segundo ele, essas apurações explicam o suposto "atrito" do ex-presidente com o órgão.

"A Receita descobriu o roubo das joias, abriu investigações sobre as rachadinhas e também sobre os imóveis comprados pela família sem uma fonte de renda notável. Os Bolsonaros têm um problema com a Receita", disse Haddad. Ele ainda mencionou que a campanha contrária à norma do Pix se concentrou em atos administrativos antigos da Receita como forma de desviar o foco.

O monitoramento de transações via Pix foi anunciado como uma tentativa de ampliar o controle fiscal, mas gerou críticas imediatas de parlamentares e usuários. O deputado Nikolas Ferreira foi um dos principais rostos da campanha contrária à medida, e Haddad associou a atuação do parlamentar ao financiamento do PL.

Após a repercussão negativa, a Receita Federal anunciou a revogação do ato normativo na última quarta-feira (15). Haddad aproveitou a ocasião para alfinetar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), investigado no passado pelo esquema das rachadinhas quando era deputado estadual no Rio de Janeiro. A acusação contra o senador foi arquivada, em 2022, por falta de provas.

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