A Procuradoria da Venezuela anunciou, nesta quinta-feira, uma recompensa de USD 100.000 por informações que levem ao paradeiro de Edmundo González Urrutia, opositor ao regime de Nicolás Maduro. González Urrutia, que deixou o país em setembro de 2024 e se exilou na Espanha, enfrenta acusações de diversos crimes, entre eles conspiração, cumplicidade no uso de atos violentos contra a República, usurpação de funções, falsificação de documentos, lavagem de dinheiro, desobediência às instituições do Estado, incitação à desobediência das leis e associação criminosa.
As autoridades declararam que "toda pessoa que conheça seu paradeiro deve apresentá-lo ao Ministério Público". Um folheto com a recompensa já foi divulgado nas redes sociais e será distribuído em aeroportos e postos policiais por todo o país.
Retorno Planejado e Advertência de Tarek William Saab
A divulgação da recompensa ocorre a poucos dias do 10 de janeiro, data estabelecida pela Constituição venezuelana para a posse presidencial. González Urrutia declarou que retornará a Caracas nessa data com o objetivo de assumir o cargo máximo do Executivo, alegando ser o verdadeiro vencedor das eleições realizadas em 28 de julho de 2024.
No entanto, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, advertiu sobre as consequências caso o opositor volte ao país:
"Ele tem asilo, concederam asilo ao opositor Edmundo González. Você sabe o que significa conceder asilo na Espanha? Que ele deve permanecer naquele país. Ele aceitou ficar naquele país (
) não pode sair da Espanha porque violaria esse asilo."
Saab também reforçou que González está sob investigação penal na Venezuela:
"O mais delicado de tudo isso é que, quando você solicita asilo, você sai do seu país e busca
o que você busca supostamente? (
) que aquele país te dê refúgio para que você esteja lá como ele fez
um exílio dourado."
Denúncias de Fraude e Mobilizações
Após as eleições de julho, a Plataforma Unitaria Democrática compilou mais de 80% das atas e afirmou que González Urrutia foi o verdadeiro vencedor, contestando o resultado oficial proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral chavista, que deu a vitória a Nicolás Maduro.
Desde então, González, ao lado de María Corina Machado, liderou mobilizações para exigir o reconhecimento da vontade popular. Contudo, essas ações levaram à intensificação da perseguição política, culminando na emissão de uma ordem de prisão contra González em 2 de setembro.
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