O presidente ucraniano Volodymyr
Zelensky afirmou estar certo de que a guerra com a
Rússia "terminará mais cedo" do que terminaria de outra forma
assim que Donald Trump assumir a presidência dos Estados Unidos.
Zelensky disse ter tido uma "troca
construtiva" com Trump durante
uma conversa telefônica após a vitória de Trump nas eleições presidenciais dos
EUA.
Ele não revelou se Trump fez
exigências relacionadas a possíveis negociações com a Rússia, mas afirmou que
não ouviu nada dele que fosse contrário à posição da Ucrânia.
Trump tem declarado consistentemente
que sua prioridade é encerrar a guerra e parar o que ele chama de
"desperdício de recursos" dos EUA, referindo-se à ajuda militar
à Ucrânia.
"É certo que a guerra terminará mais
cedo com as políticas da equipe que agora liderará a Casa Branca. Essa é a
abordagem deles, a promessa deles aos cidadãos", disse Zelensky em entrevista
ao veículo de imprensa ucraniano Suspilne.
Quais as
intenções de Putin em visita a Kim Jong Un, na Coreia do Norte
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Ele acrescentou que a Ucrânia
"deve fazer tudo para que esta guerra termine no próximo ano, termine por
meios diplomáticos".
Zelensky também reconheceu a dificuldade
da situação no campo de batalha, com as forças russas avançando.
O presidente ucraniano destacou que a
legislação dos EUA permite
que ele se encontre com Trump apenas após a posse do líder americano em
janeiro.
Trump e Zelensky têm uma relação
tumultuada. Trump foi impeachment em 2019 devido a acusações de ter pressionado
Zelensky para buscar informações comprometedoras sobre a família Biden.
Apesar das diferenças, Trump insiste
que tem um "relacionamento muito bom" com Zelensky. Quando se
encontraram em Nova York, em setembro, Trump declarou ter "aprendido muito" com
o encontro e afirmou que resolveria a guerra "muito rapidamente".
No entanto, Trump ainda não revelou
como pretende encerrar o conflito.
Seus opositores democratas o acusam
de se aproximar do presidente russo Vladimir Putin e afirmam que sua abordagem
à guerra significaria a rendição da Ucrânia, colocando em risco toda a Europa.
Por outro lado, o chanceler alemão
Olaf Scholz, que também falou com Trump após sua vitória, disse à imprensa
alemã que o futuro líder dos EUA tinha uma posição "mais nuançada" sobre a
guerra do que se imaginava.
Scholz disse ao jornal Süddeutsche Zeitung que sua ligação com Trump foi "talvez
surpreendentemente, uma conversa muito detalhada e boa".
No início deste ano, a Câmara dos
Representantes dos EUA aprovou um pacote de US$ 61 bilhões (R$ 353,8 bilhões)
em ajuda militar à Ucrânia para combater a invasão russa.
Os Estados Unidos têm sido o
maior fornecedor de
armas para a Ucrânia — entre fevereiro de 2022 e o final de
junho de 2024, entregaram ou comprometeram armas e equipamentos avaliados em
US$ 55,5 bilhões (R$ 321,9 bilhões), de acordo com o Instituto Kiel para a
Economia Mundial, uma organização de pesquisa alemã.
BBC