O senador Davi Alcolumbre
(União Brasil-AP) consolidou seu favoritismo na disputa pela presidência do
Senado ao fechar um acordo com a bancada do Partido dos Trabalhadores (PT). Com
o apoio da sigla, que possui nove senadores, o ex-presidente do Senado caminha
para suceder Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em fevereiro de 2025, selando uma
articulação que inclui a entrega de cargos importantes ao PT.
O
pacto firmado entre Alcolumbre e o PT prevê a ocupação, pelo partido, da
segunda vice-presidência do Senado e o comando de duas comissões, uma delas
sendo a estratégica Comissão de Educação. Os nomes que ocuparão os cargos ainda
serão definidos nas próximas semanas, em reuniões internas da bancada petista.
Embora
Alcolumbre tenha integrado a base do ex-presidente Jair Bolsonaro em
votações-chave no Senado, o acordo com o PT sinaliza um movimento que pode ser
interpretado como um distanciamento definitivo do bolsonarismo. Alcolumbre já
reúne apoio de partidos como União Brasil, PSB, PDT, PL e PP, e busca
consolidar uma base ampla para garantir a sucessão de Pacheco.
O
Republicanos, partido de forte alinhamento com Bolsonaro, ainda não oficializou
seu apoio a Alcolumbre. Contudo, o líder da sigla no Senado, Mecias de Jesus
(RR), havia indicado em agosto que o partido poderia apoiar a candidatura do
senador do Amapá.
O
acordo com o PT reforça a habilidade de Alcolumbre em costurar alianças
transversais, mesmo em um ambiente político polarizado. Ao atrair o apoio de
uma das principais bancadas da esquerda e oferecer cargos de relevância, o
senador se posiciona como o principal nome para comandar o Senado nos próximos
anos.
A
articulação, no entanto, pode gerar reações dentro do campo conservador,
especialmente entre aliados de Jair Bolsonaro, que veem no avanço de Alcolumbre
sobre o apoio petista uma ruptura com a base política construída durante o
governo anterior.
A
aproximação de Alcolumbre com o PT também pode influenciar diretamente a
relação do Senado com o governo Lula.
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