Em uma visita aos Estados Unidos, o senador Eduardo Girão e o deputado Marcel Van Hattem denunciaram supostas violações de direitos humanos no Brasil perante a Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, D.C. Os parlamentares expressaram frustração com o adiamento de uma audiência pública sobre o tema, originalmente programada para esta semana.
Van Hattem, em declarações contundentes, criticou a decisão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos de postergar a audiência. O deputado sugeriu que a comissão estaria "ouvindo mais o abusador, que é o governo brasileiro, do que as vítimas". Ele também levantou preocupações sobre a confiabilidade de certas ONGs que supostamente defendem direitos humanos no Brasil, alegando que estas estariam "ao lado do governo abusador".
Violação da imunidade parlamentar
O deputado aproveitou a oportunidade para denunciar o que considera uma violação de sua imunidade parlamentar, referindo-se à sua inclusão em um inquérito no Supremo Tribunal Federal por críticas direcionadas a agentes da Polícia Federal. Segundo Van Hattem, um dos comissários da OEA, o colombiano Carlos Bernal, expressou choque ao ouvir sobre essa suposta violação da imunidade parlamentar "numa pretensa, suposta democracia".
O senador Girão, por sua vez, destacou o "silêncio ensurdecedor" da Comissão Interamericana de Direitos Humanos em relação à censura e aos abusos aos direitos individuais no Brasil. Ele caracterizou a situação atual do país como "grave, gravíssima", sugerindo que o Brasil está "flagrantemente sob uma ditadura da toga".
Ambos os parlamentares manifestaram preocupação com o adiamento da audiência para o primeiro trimestre do próximo ano, temendo que possa ser "tarde demais". No entanto, afirmaram que continuarão insistindo para que a comissão tome providências em relação às denúncias apresentadas.
A visita dos parlamentares brasileiros à OEA ocorre em um momento de tensão política no Brasil, com debates acalorados sobre liberdade de expressão e o papel das instituições democráticas. O caso ressalta a crescente internacionalização das discussões sobre a situação política e jurídica do país.
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