Embora não tenha ainda conseguido assinaturas suficientes para iniciar a sua tramitação, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) que prevê o fim da escala 6×1 (seis dias de trabalho, um de descanso) já repercute entre os seus pares na Câmara dos Deputados. A proposta nasceu após um desabafo de um tiktoker em um post nas redes sociais que foi eleito vereador pelo Rio de Janeiro justamente pregando o fim da jornada de 6×1.
Manifestações contra e a favor
Um dos que assinaram a favor da proposta foi Guilherme Boulos (PSOL-SP). Sem citar a data, ele diz ser ter assinado e afirma que essa é uma pauta mundial. Rick Azevedo aproveitou o anúncio de Boulos para pedir ajuda com o projeto, além de pedir para ser citado como idealizador do movimento. Entre os que já se manifestaram publicamente contra está Amon Mendel (Cidadania-AM).
Além de dizer que já existe uma proposta de redução de jornada de 2019 -que não avançou- Mendel afirma que isso irá prejudicar a economia, segundo uma postagem feita por ele no último sábado, 9. Duarte Júnior, do PSB do Maranhão, assinou o texto no dia 8 deste mês, última sexta-feira. Segundo ele, não o fez antes devido "ao grande volume de trabalho".
Vários deputados estão sendo pressionados em suas redes sociais para assinar o texto. Um deles é Nikolas Ferreira (PL-MG), que manifestou sua defesa à continuidade do sistema 6×1 por meio de um story no Instagram.
Depois de seu posicionamento, ele recebeu vários comentários pedindo a sua assinatura, muitos deles que passam das milhares de curtidas. Um desses comentários chegou a mais de 13 mil curtidas. Quem também saiu em favor da PEC foi Dandara Tonantzin (PT-MG). Ela disse ter assinado o texto em maio deste ano, e, na última sexta, 8, fez uma nova postagem a respeito.
Saiba mais sobre a proposta
O Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), iniciado pelo tiktoker e vereador eleito pelo PSOL-RJ, Rick Azevedo, visa abolir a escala de trabalho 6×1, prevista na CLT. A proposta reflete discussões que já vem sendo travadas em todo o mundo por modelos de trabalho mais flexíveis, visando melhor qualidade de vida e respeito ao tempo livre dos trabalhadores, segundo seus defensores. O movimento critica a jornada 6×1 por causar exaustão e afetar a saúde e bem-estar dos trabalhadores, propondo uma jornada de 4×3 sem redução salarial.
Até o momento, a deputada Erika Hilton conseguiu cerca de 90 das 171 assinaturas necessárias de deputados federais para a tramitação da PEC. A falta de assinaturas suficientes impede o avanço da discussão sobre a proposta no Congresso.
*Com informações do Estadão Conteúdo