O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou, nesta terça-feira (22), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e disse que ele "aceitou o apoio do PT" ao empresário Sandro Mabel (União Brasil), candidato a prefeito de Goiânia. Bolsonaro e Caiado travam uma guerra particular na cidade, onde o ex-presidente apoia a candidatura do deputado estadual Fred Rodrigues (PL).
– O que nos surpreendeu, segundo eu vi em vários órgãos de imprensa, o Caiado acertou, aceitou o apoio do PT ao Sandro Mabel. Ou seja, quem diria o Caiado da UDR (União Democrática Ruralista), que fala grosso, gosta de ranger os dentes, aceitou o apoio do PT. Agora, o PT não apoia de graça. Alguma coisa foi acertada – disse Bolsonaro após participar de um almoço em apoio à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo.
O ex-presidente disse ainda que a eleição na capital goiana está dividida – Mabel tem 46% das intenções de voto contra 39% de Rodrigues, segundo pesquisa Quaest – , e que pretende acompanhar o voto do seu candidato no domingo (28). Ele se referiu a Mabel como "o cara da rosquinha" e afirmou que o empresário "vivia brigando" com Caiado.
Logo após o primeiro turno, o governador foi às redes sociais dizer que a informação que ele buscava apoio do PT era uma notícia falsa disseminada pelos adversários.
– Em momento algum eu afirmei que iria procurar o PT para propor uma aliança no segundo turno da eleição em Goiânia. Nunca discuti isto. O que eu disse no dia da eleição do primeiro turno é que iria buscar para o nosso candidato a prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, os votos de todos os goianienses, inclusive daqueles que votaram no nosso adversário no primeiro turno – disse Caiado por meio de nota da assessoria de imprensa.
Após ficar em terceiro lugar na eleição de Goiânia com a deputada federal Adriana Accorsi (PT), o PT divulgou uma nota no último sábado (19), na qual apoia veladamente Sandro Mabel sem citar expressamente os nomes do candidato de Caiado ou de seu adversário.
O partido afirma que o campo progressista não votará no candidato que "coloca em risco a democracia", "nega a ciência, o direito às vacinas" e "dissemina o ódio".
– Entendemos que o voto nulo, o voto branco ou a abstenção representariam injustificável omissão política. Nosso dever cívico e democrático é derrotar a extrema-direita – diz o texto.
Bolsonaro já havia criticado Caiado em agenda de campanha em setembro. Na ocasião, ele se referiu ao chefe do Executivo como "governador covarde" pela postura adotada no enfrentamento à pandemia da Covid-19. Médico de formação, Caiado adotou políticas de isolamento social.
*AE