O
presidente Lula (PT) participará da 79ª Assembleia Geral da Organização das
Nações Unidas (ONU), além de reuniões sobre a reforma de instituições
multilaterais e a democracia. O petista tem sua chegada em Nova Iorque prevista
para este sábado (21) em razão destas agendas.
Diante de um Brasil acometido
por uma seca histórica e extensas queimadas que assolam grande parte do país,
Lula desembarca nos Estados Unidos para cobrar dos países mais ricos
financiamento para preservação ambiental. Sobre a situação do Brasil, é fácil
deduzir que o presidente culpará tão somente a crise climática global,
responsabilizando a todos.
O chefe do Executivo brasileiro
terá árduos desafios diante de países que sempre foram ouvintes de sua retórica
ambientalista e que, agora, contemplam a ineficácia de seu governo diante das
queimadas que se alastram no Brasil.
A partir de 2025, a União
Europeia colocará em prática uma regra já anunciada em que proíbe importações
de produtos oriundos de regiões onde tenham desmatamento ilegal. O Brasil ainda
tentou lutar contra o êxito da proposta, mas não conseguiu.
Outro ponto que depõe contra o
discurso que Lula fará é a suspeita de que os incêndios no Brasil sejam
criminosos, o que atrapalha ainda mais a adesão de outros países às proposições
do petista.
O secretário de assuntos
multilaterais políticos do Itamaraty, Carlos Cozendey, em entrevista a
jornalistas, na última quinta-feira (17), fez um breve ensaio retórico do que
Lula tentará transmitir na ONU.
– O que a gente tem visto no
Brasil tem uma relação muito grande com os eventos climáticos extremos. Ou
seja, uma seca excepcional que está, de certa maneira, relacionada a essas
transformações que têm acontecido. Então, nesse sentido acho que [Lula] vai
levar para o cenário Internacional e dizer que é preciso atuar rapidamente e
agir porque "vejam só o que está acontecendo no Brasil".
O chefe do Executivo também
citará o descaso dos países mais abastados que não cumpriram com o repasse de
100 bilhões de dólares (R$ 547 bilhões) para medidas ambientais no Brasil.
A única certeza que se tem é
que Lula não fará qualquer menção às críticas dos governadores de oposição à
falta de planejamento de seu governo no combate ao fogo.
Pleno News