São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, na
tarde desta quinta-feira (4/7), que quer transformar a celebração da
Independência do Brasil em duas datas diferentes e disse que a comemoração
oficial, em 7 de Setembro, foi fruto de um "conchavão" da Coroa portuguesa.
"Nós tivemos a verdadeira Independência do Brasil, que foi o resultado
final da expulsão dos últimos portugueses, no 2 de julho, em Salvador, na
Bahia. Onde houve luta e mulheres heroínas que lutaram para garantir a Independência.
Agora, vou tentar transformar os dois dias em ato oficial da Independência e
vamos ter que recontar a história desse país", declarou o petista.
A data de 2 de julho marca a expulsão definitiva das tropas portuguesas
da Bahia e é um dia de celebrações por todo o estado.
Lula também ironizou o episódio conhecido como "Grito da Independência",
no qual Dom Pedro I se manteve no comando do país após ter proclamado a
Independência em relação a Portugal às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo.
"A pressão política fez o rei fazer a Independência. Deram o grito,
fizeram aquele "conchavão". Ao invés de briga, fizeram um "acordão" e tá tudo
bem como está, o país é independente, mas eu [o rei] continuo mandando", disse.
A fala ocorreu durante a inauguração da construção de um complexo
laboratorial para pesquisas avançadas em patógenos, na cidade de Campinas, no
interior paulista, após o presidente ter feito uma série de críticas a
desmontes nos institutos de pesquisa.
Lula afirmou, durante seu discurso, que não faltará dinheiro para a
educação, mesmo após o anúncio de que o governo fará um "pente-fino" em
benefícios sociais e cortará R$ 25,9 bilhões de gastos para o ano que vem.
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