BRASÍLIA. O governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lança, nesta quarta-feira (3), o
Plano Safra 2024/2025. Deve ser confirmada a oferta de mais de R$ 475 bilhões
para financiamentos de pequenos, médios e grandes produtores, sendo cerca de R$
400 bilhões para a agricultura empresarial e aproximadamente R$ 76 bilhões para
crédito rural da agricultura familiar. O valor é 9% maior que o ofertado no ano
passado.
A expectativa é que o plano também some fontes de crédito para aplicação
em Cédulas de Produto Rural (CPRs), elevando para R$ 582 bilhões o valor total
de recursos disponibilizados. Os recursos devem ser usados entre este mês de
julho e o fim de junho de 2025.
O anúncio será dividido em duas cerimônias no Palácio do Planalto, a
sede administrativa do governo federal em Brasília (DF). Às 11h, será o
lançamento da linha voltada para a agricultura familiar e, às 15h, com foco na
agricultura empresarial.
Em meio aos eventos, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura
Familiar, Paulo Teixeira, irá detalhar as ações. Do lado de fora do prédio, há
uma mostra de alimentos e de máquinas para pequenas propriedades. Também,
música sertaneja para a recepção dos convidados.
Na última segunda-feira (1º), Lula disse que "é importante o agronegócio
saber que há uma política de financiamento do governo extraordinária". Ele
falou em entrevista à rádio Princesa, da Bahia, durante seu roteiro de viagens
pelo país.
"Serão dois grandes programas de financiamento, juros subsidiados, para
que as pessoas possam continuar trabalhando. Porque eu acho que nós temos que
levar em conta que o agronegócio hoje é responsável por grande parte da riqueza
desse país e é importante que continue assim. Porque nós temos que alimentar
1,4 bilhão de chineses, 1,4 bilhão de indianos. Um monte de gente espalhada
pelo mundo e o Brasil tem um potencial agrícola extraordinário", completou.
O pacote pretende ampliar os incentivos aos agricultores familiares que
produzirem alimentos essenciais. Quem produzir arroz, por exemplo, terá juros
reduzidos para 3%, no caso do convencional, e 2% no orgânico. Também houve
redução para 0,5% a 6% nas taxas em 10 linhas de financiamento de crédito rural
do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).
Adiamento
O Plano Safra será lançado nesta quarta-feira depois de idas e vindas.
Inicialmente, o anúncio estava previsto para o final de junho, mas o governo
decidiu adiar por conta de discordâncias do valor final aos grupos
empresariais.
Além disso, o Palácio do Planalto quis evitar o esvaziamento da
cerimônia de lançamento. Isso porque o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro,
chegou a dizer que o evento aconteceria em Rondonópolis (MT) em uma tentativa
de criar uma agenda positiva de Lula, que ainda sofre forte rejeição de setores
ligados ao agronegócio.
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