O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e seu antecessor, Donald
Trump, se enfrentaram nesta quinta-feira (27) em um debate que pode mudar o
rumo das eleições presidenciais de novembro. Um debate no qual o concorrente
pelo Partido Republicano, que tenta voltar à Casa Branca, foi mais enérgico e
se sobressaiu, e no qual o candidato do Partido Democrata teve dificuldades
para transmitir suas ideias e pareceu hesitante.
Em um estúdio da rede de televisão CNN em Atlanta, sem público, sem
textos de apoio e assessores, e com microfone fechado para o candidato que não
estivesse na vez de falar, esse embate expôs de forma clara a diferença entre
os dois postulantes ao cargo de presidente da maior economia do mundo.
As hesitações, no caso de Biden, e as expressões de escárnio por parte
de Trump quando seu rival titubeou e, em mais de uma ocasião, deixou frases
inacabadas, marcaram o debate.
– Nunca ouvi tanta bobagem – disse o atual ocupante da Casa Branca ao
ouvir sobre política externa, capítulo em que Trump reclamou que a reputação
dos Estados Unidos sob o mandato do democrata se tornou "horrível".
Biden e Trump haviam se enfrentado pela última vez em setembro e outubro
de 2020, como parte da campanha presidencial que levou o democrata ao poder em
2021.
Mas esse não foi apenas mais um debate na história americana. Foi o mais
precoce de todos os tempos e aquele em que ambos os candidatos chegaram com
maior equilíbrio nas pesquisas: de acordo com a média elaborada pelo site
FiveThirtyEight, Trump está na liderança com 41,1% das intenções de voto, dois
décimos à frente de Biden.
O atual chefe de governo, de 81 anos, teve não apenas que defender sua
administração, mas evitar dar motivos para as críticas que tem recebido por
seus sinais de fragilidade. No entanto, segundo Trump, o presidente não
conseguiu convencer o público.
– Ele não está apto a ser presidente. Não deveríamos ter um debate. Não
há nada para debater – criticou Trump.
– Acho que nem ele sabe o que acabou de dizer – declarou o republicano
em um outro momento.
A imigração foi o pano de fundo mais frutífero para as críticas mútuas.
Trump acusou Biden de ter transformado o país em um "ninho de ratos" por não
conter o influxo de "criminosos" e fazer com que imigrantes matassem
americanos, enquanto o presidente descartou a alegação como "ridícula" e sem
base.
Para Biden, votar em Trump seria votar "contra a democracia". Já para o
ex-presidente, a permanência do atual chefe de Estado no poder mataria os
Estados Unidos.
– Nos matarão como país se ele continuar a permitir que continuem
fazendo o que estão fazendo com a gente – apontou.
O ex-presidente ainda negou qualquer responsabilidade pela invasão do
Capitólio, em 6 de janeiro de 2021, e disse que Biden é um "candidato
manchuriano", "pago pela China" e que vem enfraquecendo os Estados Unidos.
– Se ele vencer, nosso país não terá a menor chance. Provavelmente não
teremos mais nenhum país. Isso é muito ruim. Ele é o pior da história. Se me
derem mais quatro anos, eu serei o melhor – finalizou Trump.
*Com informações EFE