O total de recebedores de
aposentadoria, pensão por morte ou benefício de prestação continuada pode
alcançar 66,4 milhões de pessoas em 2060, segundo estudo produzido pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Em 2022, o número de favorecidos era de
31,4 milhões. A projeção é de que o país deve ter mais beneficiados do que
contribuintes em menos de 40 anos.
Segundo o estudo, o total de
contribuintes da Previdência Social passaria de 61,8 milhões para 57,2 milhões
em 2060. Como resultado, a relação atual de 1,97 contribuinte para cada
beneficiário, estimada em 2022, cairia para 0,86 em 2060. Portanto, haveria
mais beneficiários do que contribuintes.
"Com essas tendências demográficas, o
esperado é que nas próximas décadas, o incremento do total de beneficiários não
apenas siga em ritmo superior ao do total de contribuintes, como também pode-se
chegar a uma situação de estagnação ou até mesmo retração desse último grupo
tendo em vista a esperada diminuição da população em idade de trabalhar", diz
trecho do estudo.
"Do
ponto de vista de planejamento de médio e longo prazos das políticas de
previdência social, é fundamental considerar essas tendências no necessário
redesenho e adequação das políticas previdenciárias, bem como, em especial, nos
debates sobre o futuro do financiamento da seguridade social como um todo,
incluindo saúde e assistência social, no atual contexto de reforma tributária",
afirma o texto. O estudo foi produzido pelos pesquisadores Rogério Nagamine e
Graziela Ansiliero.
Força de trabalho
A publicação destaca, também, o
processo de envelhecimento da força de trabalho no país. "Também se nota uma
correlação com o nível de envelhecimento de cada região. O maior nível de
participação, como esperado, ocorre para as regiões Sul e Sudeste, mais
envelhecidas, enquanto os menores patamares são registrados naquelas com menor
participação da população idosa, mais especificamente, Norte e Centro-Oeste."
Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios) Contínua, os maiores níveis de participação de
aposentados e pensionistas estão registrados no Rio Grande do Sul, Rio de
Janeiro e Santa Catarina; e as menores participações são vistas no Amapá,
Roraima e Amazonas. "De qualquer forma, dada a heterogeneidade do país, a
variação é ampla, partindo de 5% no Amapá e chegando a 19,5% no Rio Grande do
Sul."
"Cabe ressaltar que mais da metade da
população (55,5%) em idade tradicional de trabalhar (homens de 20 a 64 anos e
mulheres de 20 a 61 anos) não estava contribuindo para a Previdência Social em
2022. Em termos absolutos, de um total de 129,5 milhões de pessoas em idade de
trabalhar, apenas 58,9 milhões eram contribuintes da Previdência Social (45,5%
do total) e, por diferença, 70,7 milhões não contribuíam (55,5% do total)."
Portal Correio