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Ipea

Ipea diz que Brasil deve ter mais beneficiários que contribuintes da Previdência até 2060

Projeção é que país tenha 66,4 milhões de recebedores de aposentadoria, pensão ou benefício de prestação continuada


Previsão é de déficit previdenciário Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O total de recebedores de aposentadoria, pensão por morte ou benefício de prestação continuada pode alcançar 66,4 milhões de pessoas em 2060, segundo estudo produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Em 2022, o número de favorecidos era de 31,4 milhões. A projeção é de que o país deve ter mais beneficiados do que contribuintes em menos de 40 anos.

Segundo o estudo, o total de contribuintes da Previdência Social passaria de 61,8 milhões para 57,2 milhões em 2060. Como resultado, a relação atual de 1,97 contribuinte para cada beneficiário, estimada em 2022, cairia para 0,86 em 2060. Portanto, haveria mais beneficiários do que contribuintes.

"Com essas tendências demográficas, o esperado é que nas próximas décadas, o incremento do total de beneficiários não apenas siga em ritmo superior ao do total de contribuintes, como também pode-se chegar a uma situação de estagnação ou até mesmo retração desse último grupo tendo em vista a esperada diminuição da população em idade de trabalhar", diz trecho do estudo.

"Do ponto de vista de planejamento de médio e longo prazos das políticas de previdência social, é fundamental considerar essas tendências no necessário redesenho e adequação das políticas previdenciárias, bem como, em especial, nos debates sobre o futuro do financiamento da seguridade social como um todo, incluindo saúde e assistência social, no atual contexto de reforma tributária", afirma o texto. O estudo foi produzido pelos pesquisadores Rogério Nagamine e Graziela Ansiliero.

Força de trabalho

A publicação destaca, também, o processo de envelhecimento da força de trabalho no país. "Também se nota uma correlação com o nível de envelhecimento de cada região. O maior nível de participação, como esperado, ocorre para as regiões Sul e Sudeste, mais envelhecidas, enquanto os menores patamares são registrados naquelas com menor participação da população idosa, mais especificamente, Norte e Centro-Oeste."

Segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, os maiores níveis de participação de aposentados e pensionistas estão registrados no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina; e as menores participações são vistas no Amapá, Roraima e Amazonas. "De qualquer forma, dada a heterogeneidade do país, a variação é ampla, partindo de 5% no Amapá e chegando a 19,5% no Rio Grande do Sul."

"Cabe ressaltar que mais da metade da população (55,5%) em idade tradicional de trabalhar (homens de 20 a 64 anos e mulheres de 20 a 61 anos) não estava contribuindo para a Previdência Social em 2022. Em termos absolutos, de um total de 129,5 milhões de pessoas em idade de trabalhar, apenas 58,9 milhões eram contribuintes da Previdência Social (45,5% do total) e, por diferença, 70,7 milhões não contribuíam (55,5% do total)."

Portal Correio

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