Empresários estão
preocupados com a dificuldade do Brasil em cumprir a meta fiscal, por isso,
estão mais cautelosos em relação às perspectivas de crescimento da economia e à
expectativa de queda dos juros. As informações são da Folha de São Paulo.
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs na semana passada o
adiamento do superávit fiscal, com a intenção de repetir em 2025 a meta fiscal
traçada para este ano, buscando atingir um resultado de 0% do PIB por dois
anos. Inicialmente, a previsão era de um superávit de 0,5% no próximo ano.
Empresários de diferentes setores ouvidos pela Folha concordam que os
desafios fiscais podem atrapalhar o crescimento econômico. Fábio Barbosa,
presidente do Grupo Natura&Co, acredita que o governo precisa retomar a
pauta da reforma administrativa para ser mais prudente e eficiente nos gastos,
aliviando o peso nos impostos.
– Déficit fiscal não é um caminho sustentável para gerar crescimento e
prosperidade. Se assim fosse, não haveria por que termos países pobres –
declarou o empresário.
Para Alexandre Ostrowiecki, presidente da Multilaser, a preocupação é
grande, pois o déficit fiscal pode levar ao aumento da dívida pública,
impressão de moeda e inflação, resultando na perda de confiança no país,
redução de investimentos e destruição de empregos.
– Se as contas do governo não fecham, a consequência é uma combinação de
aumento da dívida pública, impressão de moeda e inflação. Isso deprime a
confiança no país, suga dinheiro de investimentos produtivos para a ciranda
financeira, destrói empregos. Vejo com grande preocupação o viés perdulário e
descompromissado com as contas públicas de Brasília. Esse quadro é agravado
pela forma como o governo tem tentado fechar parte do buraco, via aumento de
impostos. O foco deveria ser eficiência do Estado, corte de gastos, superávit
fiscal e redução nos juros.
Sérgio Zimerman, fundador da rede Petz, destaca que o Brasil ainda tem
alternativas de arrecadação para lidar com suas dificuldades fiscais, mas abre
mão delas, como no caso da isenção do imposto de importação oferecida nas
vendas de até 50 dólares (cerca de R$ 261) pelos sites asiáticos, o que, na sua
visão, prejudica os competidores brasileiros.
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