Pela primeira vez durante o conflito com o grupo Hamas, Israel permitirá que os caminhões da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (Unrwaem Gaza se reabasteçam nesta quarta-feira (15) na passagem de Rafah, no Egito.
A agência da ONU para refugiados palestinos tem fornecido combustível para fins humanitários em Gaza nas últimas duas semanas, em coordenação com as Forças de Defesa de Israel, mas tem enfrentado escassez de combustível nos últimos dias, conforme informou um funcionário dos EUA ao site de notícias Walla.
Até o momento, Israel resistiu aos esforços para permitir a entrada de combustível em Gaza, alegando que seria desviado pelo Hamas. O país relatou tentativas de fornecer 300 litros de combustível ao Hospital Shifa, na cidade de Gaza, que foram recusadas pelos administradores do hospital.
Uma fonte israelense informou ao Walla que o acordo garantirá o reabastecimento dos caminhões da UNRWA com suprimentos para 48 horas, recebendo outro suprimento para dois dias assim que o primeiro se esgotar.
Uma fonte humanitária citada pela Reuters afirma que os caminhões receberão 24 mil litros de diesel, e nenhum desse combustível será destinado a hospitais. A fonte também menciona que os EUA pressionaram a ONU para aceitar o combustível.
Um porta-voz da UNRWA afirmou não ter informações para fornecer quando solicitado a comentar.
O porta-voz destaca a declaração do Comissário-Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, feita hoje cedo, na qual apelou para a autorização da entrada de combustível em Gaza.
"A UNRWA disparou o alarme sobre a situação do combustível há três semanas, alertando sobre o rápido esgotamento dos suprimentos e o impacto nas operações de socorro", disse Lazzarini no comunicado. "Desde então, racionamos fortemente o uso de combustível e acessamos quantidades limitadas e pré-existentes armazenadas em um depósito dentro da Faixa de Gaza, através de estreita coordenação com as autoridades israelitas. O depósito agora está vazio."
"É inacreditável que as agências humanitárias tenham que mendigar combustível e operar com suporte de vida. Desde o início do conflito, o combustível tem sido usado como arma de guerra e isso deve parar imediatamente."
Gazeta Brasil