Os chanceleres do G7, grupo dos países mais industrializados do mundo, emitiram uma declaração, na terça-feira (26), garantindo apoio ao candidato da oposição venezuelana Edmundo González. No texto, o bloco destaca que o político venceu a eleição presidencial por maioria significativa dos votos, e pede que a escolha do povo seja respeitada.
"No dia 28 de julho o povo venezuelano fez uma escolha clara nas urnas, votando mudança e apoiando Edmundo González. Continuaremos a apoiar os esforços das organizações regionais parceiros para facilitar uma transição democrática e pacífica liderada pela Venezuela que garantirá respeito pela vontade dos eleitores", diz o texto.
Os chanceleres ainda chamam a atenção para as contínuas violações e abusos dos direitos humanos no país, citando detenções arbitrárias e restrições às liberdades fundamentais, que visam, em particular, adversários políticos, sociedade civil e meios de comunicação independentes. "Todos os detidos injustamente devem ser libertados", pedem.
A declaração do G7 não foi bem recebida pelo governo de Nicolás Maduro – reeleito no pleito deste ano, conforme o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Em nota, o Ministério das Relações Exteriores classificou o pronunciamento como "absurdo", dizendo que o grupo insiste em acreditar "ser o árbitro da democracia global".
A declaração do G7 não foi bem recebida pelo governo de Nicolás Maduro – reeleito no pleito deste ano, conforme o Conselho Nacional Eleitoral. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores classificou o pronunciamento como "absurdo", dizendo que o grupo insiste em acreditar "ser o árbitro da democracia global enquanto encobre seus próprios fracassos políticos, econômicos e morais".
A pasta frisou ainda que a declaração pode abalar as relações entre a Venezuela e os países do G7. "Essa atitude arrogante não ficará sem resposta. A Venezuela procederá a uma revisão abrangente das suas relações com cada um dos governos que compõem este grupo, porque o respeito pela soberania nacional não é negociável", disse.
Crise política na Venezuela
A crise política na Venezuela aumentou devido às eleições deste ano. Isso porque, na contagem do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Maduro apareceu 52,21% dos votos, ante 44,2% de González, principal concorrente. A oposição contestou os números e alegou fraude na apuração, afirmando ter provas da vitória de González no pleito.
A apuração também foi questionada por governos internacionais, incluindo Panamá, Reino Unido, Chile, Argentina, Uruguai, Brasil e Colômbia, que pediram a divulgação das atas eleitorais. Como a solicitação foi negada pelo Tribunal de Justiça da Venezuela, alguns países rechaçaram o reconhecimento da reeleição de Mauro.
Em meio à repercussão, os moradores saíram às ruas em protesto. Os atos se estenderam por todas as regiões do país, provocando confrontos com policiais e a deterioração do patrimônio público, como as estátuas relacionadas ao regime chavista. Maduro prometeu penas de até 30 anos de prisão, dizendo que "não haveria perdão".
Além dos manifestantes, o presidente pediu a prisão de González e de Maria Corina Machado, líder da oposição, culpando ambos pela violência nos protestos. O caso foi levado à Justiça, onde González foi acusado de usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais e incitação de atividades ilegais.
O opositor chegou a ser intimado para prestar depoimento, mas não compareceu nas três vezes que foi chamado. Com isso, a Justiça emitiu um mandato de prisão contra ele.
Temendo a própria segurança, González, então, pediu o exílio como parte de um acordo negociado com o governo de Maduro. Ele embarcou para a Espanha em 7 de setembro, em um avião da Força Aérea Espanhola. De lá, o opositor afirmou que assumirá a Presidência da Venezuela em 10 de janeiro.
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