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Entenda a infecção

Entenda a infecção que cegou 7 pessoas após cirurgias no AP

Doença é causada por um tipo de fungo oportunista


Laboratório (imagem ilustrativa) Foto: Pexels

A fusariose é uma doença infecciosa provocada por fungos oportunistas do gênero Fusarium, que vivem em todo o ambiente, sendo encontrados no ar, na água, no solo, nas plantas e nos substratos orgânicos.

Recentemente, pelo menos sete pessoas ficaram cegas após participarem de um mutirão de cirurgias de catarata realizado pelo Programa Mais Visão, em Macapá, capital do Amapá, em razão de contaminação por esse tipo de micro-organismo.

Conforme o Ministério da Saúde, esses fungos estão presentes no ambiente na forma de esporos, de saprófitas do solo e em patógenos comuns de plantas e cereais.

– Os fungos do gênero Fusarium têm sido relacionados a infecções localizadas ou invasivas em pacientes imunocomprometidos, sobretudo naqueles portadores de neoplasias hematológicas ou submetidos ao transplante de medula óssea, bem como em pessoas imunocompetentes.

Há mais de 200 espécies desse fungo. As regiões tropicais e subtropicais são consideradas as que apresentam condições climáticas propícias para o seu desenvolvimento, de acordo com o ministério. A fusariose é a terceira infecção mais comum causada por fungos.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Amapá (Sesa), do total de 141 pessoas atendidas, 104 foram contaminadas pelo fungo Fusarium, que provocou um quadro de endoftalmite, um tipo raro de infecção caracterizada pela ação de micro-organismos que penetram na parte interna do olho, como tecidos, fluídos e estrutura. Dentre os pacientes com complicações, sete deles precisaram passar por evisceração, quando o globo ocular é removido do crânio.

FORMAS DE TRANSMISSÃO DO FUNGO
A inalação de esporos fúngicos presentes no ambiente ou inoculação direta do fungo na pele (em ferida cirúrgica, queimaduras, úlceras profundas e celulite facial, por exemplo) são as principais formas de contaminação pelo Fusarium spp., de acordo com o ministério.

– Os locais mais comuns de entrada do fungo no organismo são os seios paranasais, os pulmões e a pele.

Além da endoftalmite, que acometeu os pacientes no Amapá, a pasta informa que o micro-organismo pode causar lesões cutâneas, ceratite, sinusite, otite, abcesso cerebral, infecção de corrente sanguínea, artrite, onicomicose, peritonite, pneumonia e osteomielite.

Ainda não se sabe como o fungo chegou às salas de cirurgia do programa Mais Visão.

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DO FUNGO?
Segundo o Ministério da Saúde, o diagnóstico é clínico e laboratorial. A confirmação laboratorial baseia-se no exame micológico direto e cultura das amostras clínicas, que podem ser sangue, secreção, aspirado de lavado brônquico alveolar, biópsia de tecido, raspado da córnea, swab nasal, entre outras.

O TRATAMENTO
Conforme a pasta, os antifúngicos utilizados na maioria das infecções causadas por Fusarium spp. são voriconazol, posaconazol, natamicina e anfotericina B.

No caso do Amapá, que provocou um quadro de endoftalmite, o tratamento também pode envolver a aplicação de injeção de antibióticos dentro do olho ou a realização de cirurgias. Cada caso deve ser tratado individualmente pelo médico profissional.

AS MEDIDAS DE PREVENÇÃO
A principal forma de prevenção e controle a ser tomada é adotar hábitos de higiene para evitar a exposição direta ao fungo.

– Recomenda-se a lavagem das mãos dos profissionais de saúde que manejam os pacientes, especialmente aqueles em isolamento, e o monitoramento constante da qualidade do ar e da água para reduzir o número de infecções oportunistas no ambiente hospitalar – orienta o ministério.


*Agência Brasil

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