O secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, alertou que as forças americanas no Oriente Médio enfrentam um risco crescente de serem atacadas, à medida que o Irã e seus aliados na região procuram explorar a turbulência criada pela guerra Israel-Hamas.
Bases que abrigam tropas dos EUA no Iraque e na Síria já foram alvo de ataques de foguetes e drones nos últimos dias, e o Pentágono está preocupado com uma nova escalada da crise em Israel, disse Austin no domingo em entrevista à ABC News.
"Na verdade, o que estamos vendo é a perspectiva de uma escalada significativa de ataques às nossas tropas e ao nosso povo em toda a região e, por causa disso, vamos fazer o que for necessário para garantir que nossas tropas estejam em boa posição, estejam protegidas e que tenhamos a capacidade de responder."
Pouco depois de o Hamas ter lançado ataques surpresa contra Israel, em 7 de outubro, o Pentágono enviou dois porta-aviões, cinco destróieres de mísseis guiados e outros navios para o leste do Mar Mediterrâneo. Um dos grupos de ataque, liderado pelo porta-aviões USS Dwight D. Eisenhower, foi redirecionado para o Golfo Pérsico no sábado, e o Pentágono disse que ativou baterias de mísseis adicionais em vários locais não revelados para ajudar a proteger as forças dos EUA na região.
"Esta implantação adicional envia outra mensagem àqueles que procuram ampliar este conflito", disse Austin. Ele acrescentou: "Se algum grupo ou país pretende ampliar este conflito e tirar vantagem desta situação muito infeliz que vemos, nosso conselho é: não o faça. Mantemos o direito de nos defender e não hesitaremos em tomar as medidas apropriadas."
O destróier USS Carney, localizado no Mar Vermelho, derrubou três mísseis e vários drones lançados da região do Iêmen controlada pelos rebeldes Houthi apoiados pelo Irã na quinta-feira. Os mísseis viajavam para o norte, potencialmente em direção a alvos em Israel, disse um porta-voz do Pentágono.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ecoou as preocupações de Austin, dizendo que Washington espera ataques adicionais às tropas americanas por grupos apoiados pelo Irã.
"Estamos tomando medidas para garantir que possamos defender efetivamente nosso povo e responder de forma decisiva se for necessário", disse ele no domingo em entrevista à NBC News. "Isso não é o que queremos, não é o que procuramos. Não queremos escalada. Não queremos ver o desenvolvimento de uma segunda ou terceira frente. Não queremos ver nossas forças ou nosso pessoal sob ataque, mas se isso acontecer, estamos prontos para isso."
O Departamento de Estado dos EUA ordenou a saída de todos os funcionários governamentais não emergenciais e suas famílias do Iraque no domingo. O departamento emitiu uma ordem semelhante para sua embaixada em Bagdá e para seu consulado em Erbil na sexta-feira, citando o aumento das ameaças à segurança. O comunicado de viagem atualizado do departamento alertou os americanos contra a ida ao Iraque, citando riscos de segurança e a capacidade limitada das instalações diplomáticas dos EUA no país para fornecer apoio aos cidadãos dos EUA.
Gazeta Brasil