Nesta sexta-feira (6), agentes da Polícia Nacional da Nicarágua prenderam o quarto padre em apenas uma semana, em meio a uma crise entre o governo do país e a Igreja Católica.
O padre Álvaro Toledo, que pertence à diocese de Estelí, no norte da Nicarágua, foi levado por agentes na noite de quinta-feira (5), no município de Ocotal, no departamento de Nueva Segovia. O local fica na fronteira com Honduras, segundo informou a emissora de rádio católica Stereo Fe, no Facebook.
O pároco da igreja Nuestra Señora de La Asunción foi preso horas depois de abordar, em sua homilia, às prisões de religiosos pertencentes à diocese de Estelí e advertir que ela "está ficando sem padres".
– Não temos padres. Pedimos ao nosso Bom Pastor que haja abundância de vocações e que elas estejam em suas paróquias – disse o sacerdote na homilia em questão.
Ele ressaltou que, "sem sacerdotes, um povo, espiritualmente, está morto" e pediu que "Deus abençoe a Nicarágua sempre". O sacerdote também anunciou que também poderia ser preso, como por fim aconteceu.
Entre o último domingo (1º) e segunda-feira (2), os sacerdotes nicaraguenses José Iván Centeno, Julio Ricardo Norori e Cristóbal Gadea foram presos pela Polícia Nacional, que os levou para a capital, Manágua.
Esses três sacerdotes, mais o pároco Toledo, pertencem à diocese de Estelí, cujo administrador apostólico é o bispo Rolando José Álvarez Lagos, condenado em fevereiro a 26 anos e quatro meses de prisão por crimes considerados de traição.
As relações do governo do presidente Daniel Ortega com a Igreja Católica foram marcadas pela expulsão e prisão de padres, pela proibição de atividades religiosas e pela suspensão das relações com o Vaticano.
O papa Francisco chamou o governo sandinista de "ditadura grosseira" em uma entrevista ao portal Infobae na qual apontou "um desequilíbrio na pessoa que lidera" o país, em referência a Ortega.
*EFE