O TikTok confirmou, nesta quarta-feira (27), ao portal americano The Verge, que impedirá mundialmente que menores de 18 anos usem efeitos que alterem a aparência, em referência aos filtros de beleza, uma medida tomada para proteger sua saúde mental.
Em comunicado, a rede social disse que a medida será imposta "nas próximas semanas" e que responde a um estudo que encomendou à ONG britânica Internet Matters, publicado também na terça-feira, que levanta preocupações sobre o impacto desses filtros no senso de identidade dos menores de idade.
A rede social, que realizou um fórum de segurança em Dublin nesta semana, disse que há uma "distinção clara" entre os filtros projetados para serem "óbvios e divertidos", como aqueles que adicionam características de animais, e aqueles que "alteram a aparência" de uma forma que é quase indetectável para o espectador.
No fórum, o TikTok comprometeu-se a restringir o uso de "alguns efeitos de aparência" para menores de 18 anos, e Nikki Soo, chefe de políticas públicas de segurança e bem-estar da rede social na Europa, confirmou que a medida será implementada em todo o mundo, informou The Verge.
A plataforma chinesa afirmou que já informa "proativamente" aos usuários quando determinados efeitos foram usados no conteúdo que eles visualizam, mas agora fornecerá "mais informações sobre como um efeito pode alterar sua aparência" e se concentrará em fazer com que os usuários entendam os "resultados não intencionais" desses efeitos.
Em outubro, 14 promotores dos Estados Unidos processaram o TikTok por prejudicar a saúde mental das crianças e acusaram a rede de usar um sistema de conteúdo viciante para lucrar com usuários mais jovens, apontando diretamente para o uso de tais filtros.
Eles denunciaram que os "filtros de beleza" podem diminuir a autoestima, especialmente a de meninas menores de idade, e citaram estudos segundo os quais 50% não ficam bonitos sem editar o rosto e 77% dizem que tentam mudar ou esconder alguma parte do corpo com essa ferramenta.
O TikTok revelou no comunicado que tem 175 milhões de usuários mensais na Europa e exclui 6 milhões de contas por mês criadas por pessoas com menos de 13 anos (a idade mínima para acesso à plataforma), por isso está trabalhando com ONGs, legisladores e reguladores para fortalecer suas barreiras e está considerando usar a tecnologia de aprendizado de máquina.
*Com informações da Agência EFE