Programas maliciosos capazes de hackear o WhatsApp para permitir acesso não autorizado às mensagens podem custar até US$ 20 milhões, de acordo com o TechCrunch. Documentos obtidos pelo site mostram como o preço deste tipo de malware tem crescido nos últimos anos.
Conforme o relatório divulgado na quinta-feira (5), a quantia equivalente a R$ 103 milhões pela cotação atual foi oferecida, na última semana, por uma empresa russa. Ela estava interessada em comprar "hacks de dia zero", que exploram falhas desconhecidas pelo desenvolvedor do software.
Os malwares seriam fornecidos pela companhia para um grupo de clientes formado por "organizações privadas e governamentais" sediadas na Rússia, permitindo comprometer celulares Android e iPhones remotamente. Este valor é consideravelmente superior ao cobrado em 2021.
Ainda de acordo com a publicação, um malware para explorar falha de dia zero no WhatsApp custava entre US$ 1,7 milhão e US$ 8 milhões (de R$ 8,78 milhões a R$ 41,3 milhões) há dois anos. A quantia mais baixa se refere a um ataque de clique zero direcionado ao mensageiro no Android, que não exigia nenhuma ação do usuário para comprometer o programa.
Por que hackear o WhatsApp ficou tão caro?
As constantes atualizações do aplicativo de mensagens da Meta, reforçando a segurança do serviço, são apontadas como um dos motivos para o encarecimento dos hacks. Aliado a isso, as ferramentas lançadas pelos sistemas operacionais, como o modo de bloqueio do iOS, dificultam a invasão da plataforma e o roubo de dados.
O site também menciona a invasão da Ucrânia pela Rússia como outra motivação para o aumento dos preços. Muitos especialistas em tecnologia têm se recusado a trabalhar com o governo de Vladimir Putin enquanto os conflitos continuam, exigindo o pagamento de bônus para fazê-los mudar de ideia, embora a elevação aconteça mesmo fora do território russo.
Ataques direcionados ao WhatsApp têm como alvo, principalmente, funcionários de entidades governamentais, como agências de inteligência e órgãos reguladores, conforme o relatório. Ao espionar o programa, os invasores podem obter o que precisam nas mensagens trocadas por meio do app, evitando comprometer todo o celular.
Pelo menos três falhas que teriam sido exploradas nos hacks citados nos documentos foram corrigidas pelo mensageiro entre 2020 e 2021. A Meta não se pronunciou sobre o assunto.
TechCrunch - 9to5Mac