Na última quinta-feira (3), um casal de Nova York se declarou culpado por tentar lavar US$ 4,5 bilhões, cerca de R$ 22 bilhões em conversão direta. Ilya Lichtenstein, de 35 anos, e Heather Morgan, de 33, ficaram conhecidos como "Bitcoin Bonnie e Crypto Clyde" — fazendo referência ao famoso casal de assaltantes.
O casal foi detido em fevereiro do ano passado, após o governo norte-americano ter confiscado 95 mil bitcoins, avaliados em US$ 4,5 bilhões na época (R$ 22 bilhões). Segundo o Distrito Sul de Nova York, desde a prisão, já foram apreendidos outros US$ 475 milhões (R$ 2,3 bilhões).
Conforme o acordo judicial, Lichtenstein, que é programador, confessou que estava por trás do ataque hacker contra a Bitfinex em 2016, uma plataforma de criptomoedas, da qual desviaram cerca de 119 mil bitcoins — avaliados em US$ 71 milhões (R$ 344 milhões) na época do roubo. Morgan se declarou culpada de uma acusação adicional de conspirar contra os Estados Unidos.
No tribunal, foram apresentados documentos que detalham como o casal transformou os milhões de dólares em bitcoin da Bitfinex em dinheiro tradicional. Segundo os investigadores, foram utilizadas técnicas sofisticadas para evitar a detecção, mas mesmo assim foi possível recuperar quase todo o valor roubado.
Morgan fingia ser rapper e empresária
Para tentar encobrir os seus crimes e justificar o dinheiro, Heather Morgan se passava por uma rapper e empresária de tecnologia. A mulher postou dezenas de clipes com músicas sob o nome artístico de Razzlekhan.
Nas músicas lançadas com o codinome, Morgan se dizia "durona que faz muito dinheiro" e a "crocodilo de Wall Street". Ela, inclusive, publicou artigos na Forbes afirmando ser uma "economista, empreendedora em série, investidora na área de softwares e rapper".
A decisão judicial definiu que ambos terão que cumprir penas de prisão, com Lichtenstein podendo pegar até 20 anos de reclusão, e Morgan, até 10 anos.
Tecmundo