De acordo com um levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro da gasolina nos postos de abastecimento em todo o país teve uma queda de 0,71% na semana de 9 a 14 de julho. O valor passou de R$ 5,67 para R$ 5,63.
Essa redução representa a primeira queda desde maio e reflete a diminuição nos preços praticados pela Petrobras em suas refinarias. A empresa reduziu cerca de R$ 0,14 por litro, o que equivale a 5,3%, a partir de 1º de julho. Essa medida foi adotada após a retomada integral da cobrança dos impostos federais PIS/Cofins sobre o produto, a partir do dia 29 do último mês, o que chegou a aumentar o preço em até R$ 0,31.
Com a volta do PIS/Cofins, o ciclo de reoneração da gasolina se completa, após os cortes de impostos federais e estaduais realizados no final do governo de Jair Bolsonaro. Em junho, os estados já haviam iniciado a cobrança de uma alíquota fixa de ICMS sobre a gasolina, no valor de R$ 1,22 por litro, o que já foi refletido nos preços praticados nos postos. Os efeitos do retorno do ICMS também foram amenizados pelos cortes nos preços da Petrobras, que é dominante no mercado.
Além disso, o etanol teve a maior queda na semana, de 1,53%, após ter aumentado em até R$ 0,19 com a volta dos impostos. O preço médio do litro passou de R$ 3,93 para R$ 3,87. Já o diesel S10 registrou uma queda de 0,20%, de R$ 5,02 para R$ 5,01, e tem se mantido estável nessa faixa de preço há algumas semanas.
No caso do gás liquefeito de petróleo (GLP), conhecido como gás de cozinha, houve uma queda de 0,66% no preço médio do botijão de 13 quilos durante esta semana. O produto passou a custar, em média nacional, R$ 101,91, em comparação aos R$ 102,59 dos sete dias anteriores.
Os combustíveis também foram responsáveis, junto com o barateamento dos carros novos e dos alimentos, pela desaceleração da inflação oficial do Brasil, que perdeu ritmo pelo quarto mês consecutivo e apresentou deflação de 0,08% em junho, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda de preços apurada pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) não ocorria desde setembro do ano passado (-0,29%).
Essa queda de preços, impulsionada pela redução nos valores dos combustíveis, veículos novos e alimentos, não ocorria desde setembro do ano passado (-0,29%), representando também a primeira deflação para o mês de junho desde 2017.
Com essa variação negativa, a inflação segue a trajetória iniciada em maio do ano passado e acumula um aumento de 3,16% nos últimos 12 meses, o menor nível desde setembro de 2020 (3,14%). No primeiro semestre deste ano, o índice apresenta uma alta de 2,87% nos preços. Esses números refletem a influência dos custos mais baixos de combustíveis e alimentos no cenário inflacionário do país.
Gazeta Brasil