Nesta terça-feira (20), o Banco Popular da China, pela primeira vez em 10 meses, realizou a redução de duas taxas de empréstimo essenciais, a fim de impulsionar a economia do país. A taxa básica de juros de empréstimos de um ano foi cortada em 10 pontos base, indo de 3,65% para 3,55%, enquanto a taxa básica de empréstimos de cinco anos foi reduzida em 10 pontos base, de 4,3% para 4,2%, algo que não acontecia desde agosto. Com isso, o banco central chinês busca sustentar o crescimento econômico da segunda maior potência mundial. Especialistas acreditam que a medida é necessária para estimular o consumo e aumentar a confiança dos investidores em meio à guerra comercial com os Estados Unidos.
"Mas o PBOC tende a usar as mudanças nas taxas de juros como ferramenta de sinalização, com o trabalho pesado sendo feito por outras ferramentas, como ajustes nos depósitos compulsórios e cotas de empréstimos bancários", acrescentaram. "A última rodada de cortes nas taxas sugere que essas ferramentas também serão implantadas."
Um indicador de incorporadoras chinesas listadas em Hong Kong, o índice de propriedades do continente Hang Seng, caiu mais de 3%, com o Country Garden caindo cerca de 5%. Cerca de metade dos participantes de uma pesquisa da Reuters previam um corte mais profundo de pelo menos 15 pontos-base na taxa de cinco anos.
As perdas no setor imobiliário pesaram sobre os índices de referência das ações na parte continental e em Hong Kong, enquanto o yuan chinês onshore e offshore foi negociado em seu nível mais baixo desde o final de novembro.
O último corte nas taxas ocorreu logo após dois movimentos de flexibilização monetária na semana passada. Na quinta-feira passada, o PBOC cortou sua linha de empréstimo de médio prazo de um ano pela primeira vez em 10 meses e reduziu sua taxa de recompra reversa de sete dias na segunda-feira da semana passada.
A maioria dos empréstimos domésticos e corporativos na China é baseada na taxa básica de juros de um ano do Banco Central da China, enquanto as hipotecas estão atreladas à taxa de cinco anos.
Gazeta Brasil