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Lula declara guerra às big techs para salvar a humanidade, diz editorial do Estadão

Por Blog do Elias Hacker 16/01/2025 às 14:55:37

Em editorial publicado nesta quinta-feira, 16, o jornal O Estado de S. Paulo criticou duramente o discurso do novo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Sidônio Palmeira, que declarou que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estaria em "guerra" contra as big techs para "salvar a humanidade". Segundo o jornal, essa retórica reflete uma tentativa de criar um inimigo externo com o objetivo de desviar o foco de questões internas, como inflação, problemas fiscais e dificuldades políticas.

O editorial descreve a postura do governo como parte de um "manual do populismo autoritário". Para o Estadão, essa estratégia consiste em estigmatizar como "fake news", "desinformação" ou "ataques à democracia" qualquer informação ou opinião que desagrade ao presidente Lula ou ao PT.

"Ministério da Propaganda" e críticas ao novo ministro
O editorial destaca a nomeação de Sidônio Palmeira, marqueteiro de campanha sem experiência em administração pública ou comunicação institucional, como mais uma peça na estratégia de polarização. "É a transformação da Secom em Ministério da Propaganda", afirma o Estadão.

Palmeira, em seu discurso de posse, afirmou que "a mentira nos ambientes digitais fomentada pela extrema direita cria uma cortina de fumaça na vida real, manipula pessoas inocentes e ameaça a humanidade". Para o jornal, esse tipo de narrativa é uma forma de consolidar a imagem de Lula como o líder natural de uma "resistência" contra o que é descrito como um "mal existencial" causado pelas big techs.

"Eis aí o lulopetismo em estado puro", pontua o Estadão. "Para essa turma, "embate político" no ambiente digital significa estigmatizar tudo o que desagrada a Lula, ao governo e ao PT como "fake news", "desinformação" e, no limite, "ataque à democracia", o que beira o ridículo."

Redes sociais como "faroeste" e "cortina de fumaça"
Palmeira também classificou o ambiente das redes sociais como um "faroeste", onde, segundo ele, as fake news impedem que a população enxergue as virtudes do governo. No entanto, o Estadão avalia que essa argumentação é apenas uma tentativa de justificar o insucesso na comunicação institucional e os desafios enfrentados pelo governo em alcançar os eleitores.

"Em outras palavras, o governo Lula se apresenta não só como portador da "verdade" contra as "mentiras" de seus opositores nas redes sociais, mas também como o xerife que enfrentará os bandidos no tal "faroeste" da internet", escreveu o editorial.

Proibição de celulares nas escolas e "revolução da mentira"
Durante seu discurso, o presidente Lula afirmou que sancionou a lei que proíbe o uso de celulares em escolas como uma forma de combater a "revolução da mentira" e as "fake news" promovidas por "gente que não presta e mente descaradamente". Lula justificou a medida como uma forma de proteger crianças, professores e a educação.

"É por isso que nós tomamos a decisão de proibir celular na educação", disse Lula. "A gente proibiu para defender as nossas crianças. A gente proibiu para defender os nossos professores. Para defender a nossa educação. Nós queremos continuar humanistas, nós não queremos virar algoritmos nesse mundo."

Entretanto, o Estadão rebate a argumentação de Lula, dizendo que a nova lei tem como objetivo principal melhorar o processo de aprendizagem e garantir o respeito aos professores em sala de aula, não combater desinformação.

Petistas e a relação com a verdade factual
O jornal também criticou a relação do PT com a verdade factual, mencionando o discurso do ex-ministro Paulo Pimenta durante a posse de Sidônio Palmeira. Segundo o editorial, Pimenta reafirmou que o impeachment de Dilma Rousseff foi um "golpe", o que o Estadão classificou como uma "fake news" que os petistas repetem na tentativa de reescrever os acontecimentos.

"Note-se que na mesma cerimônia em que o ministro Sidônio Palmeira anunciava sua guerra sem quartel contra a desinformação, seu antecessor, Paulo Pimenta, se referiu ao impeachment constitucional da presidente Dilma Rousseff como "golpe" – uma "fake news" que os petistas repetem incessantemente na expectativa de que se torne verdade", destacou o jornal.

Estratégia política: criar uma "guerra" contra big techs
Para o Estadão, o governo Lula encontrou na guerra contra as big techs um tema que pode galvanizar sua base política. O jornal conclui que a estratégia do presidente é criar uma narrativa de que a democracia está sob ameaça e de que apenas Lula é capaz de salvá-la.

"Mais uma vez, cria-se a "narrativa" de que a democracia está em risco e que apenas Lula é capaz de salvá-la. Ou seja, sem ter o que entregar de concreto como realização de seu governo para reivindicar um novo mandato na eleição de 2026, resta a Lula a mistificação, sua especialidade."

Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br

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