A Polícia Federal informou nesta terça-feira (24) que abriu investigações para apurar as responsabilidades sobre queda da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que liga os estados do Maranhão e Tocantins.
O desabamento da estrutura, que ocorreu no fim de semana, deixou quatro mortes, e 13 pessoas continuam desaparecidas. Ao menos oito veículos despencaram no rio Tocantins, que passa sob a ponte, incluindo caminhões que transportavam ĂĄcido sulfúrico e pesticida.
Segundo a PF, os trabalhos iniciais serão conduzidos pelas SuperintendĂȘncias Regionais da Polícia Federal no Maranhão e no Tocantins.
"Além disso, um procedimento de investigação precedente foi instaurado e policiais federais jĂĄ foram deslocados para coletar dados e evidĂȘncias sobre o caso. As equipes também irão avaliar a multidisciplinariedade das perícias necessĂĄrias e identificar demandas de equipamentos técnicos para aprofundar as investigações", informou a Polícia Federal.
Para reforçar as perícias, a PF informou que uma equipe composta por cinco peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC/DITEC), sendo dois engenheiros civis, dois especialistas em local de crime e um especialista em meio ambiente, estĂĄ sendo deslocada ainda nesta terça para a Delegacia de Polícia Federal em Imperatriz (MA).
O órgão destacou, ainda, a importância de apurar as causas do acidente e os danos ambientais decorrentes, assegurando a responsabilidade dos envolvidos e contribuindo para a segurança e proteção da população e do meio ambiente.
A ponte que desabou tem 533 metros de extensão e liga as cidades de Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO), pela BR-226. Ela foi construída na década de 1960 e integra o corredor rodoviĂĄrio Belém-Brasília. É considerada uma rota muito importante para transporte de cargas.
Problemas detectados em 2020
O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), órgão do governo federal, jĂĄ apontava diversos problemas, como fissuras, rachaduras e inclinações nos pilares em 2020. O documento também fazia recomendações para a "recuperação, reforço e reabilitação" da ponte.
O conteúdo do relatório foi divulgado inicialmente pelo site Metrópoles. O g1 teve acesso aos documentos.
Entre os destaques, estão:
No documento, o órgão relata que, "durante a extração de testemunhos de concreto da laje, constatou-se diferenças significativas entre as espessuras das camadas de asfalto ao longo da ponte".
Foram observados, também, danos observados no bloco do P7 (pilar 7), com significativa variação da geometria do bloco, além de "danos observados no bloco do P8, com significativa variação da geometria do bloco".
O documento informa ainda haver "meio do vão de 140m, detalhe da protensão externa na parte inferior", ou seja, o início de uma rachadura grande, detectado por uma foto. Relata "fissuras no cobrimento da protensão externa, no meio do vão principal da ponte (140m) e na seção do apoio P6".
Fonte: agora noticias brasil