O servidor do Ministério da Saúde preso ao tentar entrar com munições na Câmara dos Deputados é apontado por outros funcionários como uma espécie de "faz-tudo" da pasta.
Como a coluna noticiou na terça-feira (10/12), Eduardo Figueira atua como agente administrativo federal desde julho de 1979. Já no Ministério da Saúde, ele trabalha desde janeiro de 1991.
Na pasta, o servidor tem uma função comissionada executiva de "assessor técnico especializado". Somando a gratificação, ele recebe salário mensal líquido (após os descontos) de R$ 6,7 mil.
Servidor não é visto como radical
Segundo apurou a coluna com integrantes do ministério chefiado atualmente por Nísia Trindade, o servidor preso na Câmara não é visto como alguém com perfil radical.
Integrantes da pasta dizem que, ao longo de quase 40 anos de trabalho no ministério, o servidor, que é conhecido como "Dudu", sempre teve uma relação boa com os colegas de trabalho.
"Ele é alguém que está no ministério fazendo a mesma função há muitos, muitos anos. Então, ele faz muita coisa por lá, leva e entrega muita coisa. Ajuda mesmo", disse um ex-servidor da pasta que trabalhou com Eduardo.
Na avaliação de colegas do servidor no ministério ouvidos sob condição de anonimato, as munições apreendidas com ele na Câmara podem ser de outra pessoa que pediu para ele despachar pelos Correios.
Nas redes sociais, o servidor diz que nasceu na cidade de Imperatriz, no interior do Maranhão, e que atualmente mora em Ceilândia, região administrativa do Distrito Federal.
A prisão do servidor
Como revelou o Metrópoles, na coluna Grande Angular, o servidor do Ministério da Saúde foi preso em flagrante ao tentar entrar com pelo menos 30 munições na Câmara.
Segundo reportagem, os policiais legislativos identificaram as munições de pistola .380 por meio da máquina de raio-x na entrada da Casa e imediatamente prenderam o suspeito.
As munições estavam embaladas em papel alumínio, para tentar passar despercebidas pelo equipamento, o que acabou não dando certo. Todo o material estava em um papel pardo.
Eduardo ficou preso por algumas horas na Delegacia da Polícia Legislativa Federal, na Câmara, mas foi solto no final da tarde de terça-feira após seu advogado pagar fiança.
Em nota, o Ministério da Saúde ressaltou que Eduardo não exerce função de chefia. A pasta disse ainda que "permanece no aguardo de informações detalhadas para adotar as medidas cabíveis".
Por metrópoles