Estreou nesta sexta-feira (6), no 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em Brasília, o filme A Fúria, que mostra a morte de um presidente brasileiro que faz motociatas pelo país, usa o lema "Deus, pátria e família" e usa a expressão "tá ok" muitas vezes.
Apesar de ser totalmente inspirado no ex-presidente Jair Bolsonaro, o cineasta Ruy Guerra, 93 anos, disse à Folha de S.Paulo que o personagem principal não é o líder da direita brasileira.
Na sinopse do filme, lemos que trata-se de uma história na qual um homem morto pela ditadura militar ressurge para fazer justiça. O personagem que interpreta o presidente tem poucas falas, enquanto parte da história mostra mais um general, o presidente da Câmara dos Deputados, um pastor, um empresário e um ministro do Supremo.
– Pegamos essa história, que é mais atual, porque a gente está fazendo um filme para 2024, mas, na verdade, os conceitos já estão aí há muito tempo representando o fascismo – explicou Luciana Mazzotti, que também assina a direção do longa.
Outra fala dos cineastas destacada pela imprensa nacional é sobre o lançamento do filme só ter acontecido porque Bolsonaro perdeu as eleições de 2022, pois foi negado verba para continuar a produção da obra.
– Quando terminamos de gravar o filme, no meio de 2022, a gente precisava de mais dinheiro para finalizar. Não nos foi dado. A gente só conseguiu esse dinheiro depois que o Lula venceu. Se o Bolsonaro tivesse vencido, o filme não teria sido terminado – afirmou a diretora.
Os cineastas também reclamam de perseguição política, dizem que sofreram ameaças e intimidações, mas mesmo assim eles não desistiram e continuaram com o projeto.
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