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Banco Central

Banco Central cancela leilão de US$ 4 bilhões e dólar dispara para R$ 5,81


O Banco Central (BC) cancelou, nesta quarta-feira (13), um leilão de linha de US$ 4 bilhões devido a problemas operacionais. O leilão, previsto para ocorrer das 10h30 às 10h35, seria dividido em dois certames de até US$ 2 bilhões cada. Após o cancelamento, o dólar comercial disparou, atingindo R$ 5,81 na máxima do dia e cotado a R$ 5,80 por volta das 12h55, uma alta de 0,63%.

Segundo o BC, o problema operacional ocorreu na "mensageria", sistema responsável pela comunicação entre os participantes do mercado. A assessoria de imprensa do Banco Central informou que um novo comunicado será divulgado assim que os problemas forem resolvidos.

Intervenção cambial
O leilão de linha é uma operação utilizada pelo BC para intervir no mercado cambial. Nessa operação, o Banco Central vende dólares das reservas internacionais com a promessa de recompra futura, ajudando a fornecer liquidez ao mercado.

O cancelamento do leilão ocorre em um momento de expectativa no mercado financeiro. Os investidores aguardam a divulgação de um pacote de medidas para controle de gastos públicos, anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em 4 de novembro. O pacote, que estava previsto para ser divulgado na última semana, sofreu atrasos.

Pacote de revisão de gastos
A incerteza em torno do pacote de revisão de gastos preocupa agentes financeiros, que temem o impacto sobre o marco fiscal, que substituiu o teto de gastos em 2023. As estimativas de mercado indicam que o governo federal não cumprirá as metas fiscais entre 2024 e 2027, aumentando a necessidade de ajustes.

A equipe econômica estuda medidas para revisar gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), Fundeb, seguro-desemprego e abono salarial. Além disso, o governo deve revisar a política de valorização do salário mínimo, propondo um teto de reajuste de 2,5% acima da inflação.

Impacto no mercado
Com o calendário do G20 na próxima semana, agentes financeiros temem que o pacote de revisão de gastos seja adiado novamente, diminuindo o foco nas medidas fiscais. A falta de definição nas políticas de controle de despesas aumenta a pressão sobre o câmbio e a confiança do mercado.

O mercado aguarda novos desdobramentos e uma possível intervenção do Banco Central, que deve retomar o leilão de linha assim que os problemas operacionais forem resolvidos.

agoranoticiasbrasil.com.br

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