Nesta
terça-feira (5), milhões de eleitores nos Estados Unidos vão às urnas para decidir
quem será o próximo presidente da maior economia do mundo. No entanto,
diferentemente do que ocorre no Brasil e em boa parte do mundo, onde os líderes
são eleitos pelo voto direto, em terras norte-americanas há um sistema proporcional
de votos, que atribui um "peso" diferente para cada estado.
Segundo a Constituição
estadunidense, cada estado possui um número de delegados que é igual à soma
entre a quantidade de deputados e de senadores de cada unidade da federação. A
Califórnia, por exemplo, tem 54 delegados, já que possui 52 deputados e dois
senadores. Alasca e Delaware, por sua vez, têm apenas três delegados cada, pois
só possuem um deputado e dois senadores.
Como os Estados Unidos possuem,
ao todo, 435 deputados e 100 senadores, esse total chegaria a 535 delegados. No
entanto, o Distrito de Columbia, que é o distrito federal americano, tem três
delegados mesmo sem ter parlamentares no Congresso. O número é adotado com base
nos estados com a menor quantidade de representantes. Com isso, o número final
de delegados é de 538.
NO
BRASIL
Mas, e se esse modelo fosse adotado no Brasil, como seriam os
cálculos de delegados? Quem teria vencido, por exemplo, as eleições
presidenciais de 2022? O Pleno.News fez
esse cálculo e apresenta para você.
No Brasil, o número de
parlamentares federais é maior do que nos Estados Unidos: são 513 deputados e
81 senadores, totalizando 594 congressistas. Diferentemente do Congresso
americano, o Parlamento brasileiro tem representantes do Distrito Federal, são
oito deputados e três senadores.
Utilizando a mesma fórmula
americana, com a soma de deputados e senadores, os estados com o menor número
de delegados seriam: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Sergipe, Tocantins e o próprio Distrito
Federal, que teriam 11 representantes cada, por terem oito deputados e três
senadores.
Já os cinco estados mais fortes seriam São Paulo, com 73 delegados (70 deputados e três senadores); Minas Gerais, com 56 (53 deputados e três senadores); Rio de Janeiro, com 49 (46 deputados e três senadores); Bahia, com 42 (39 deputados e três senadores); e Rio Grande do Sul, com 34 (31 deputados e três senadores).
COMO FICARIA A ELEIÇÃO PRESIDENCIAL DE 2022?
Mas, afinal, como ficaria a eleição presidencial de 2022 caso o
Brasil usasse o modelo americano? Nesse caso, utilizando o resultado do segundo
turno do último pleito, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria saído vencedor,
com 318 delegados, contra 276 representantes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A vantagem de Bolsonaro com a
utilização desse modelo residiria no fato de ele ter conseguido vencer em
estados com um grande número de parlamentares, como São Paulo, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul e Paraná, que já dariam a ele 189 delegados. Goiás, com 20
delegados, e Santa Catarina, com 19, também seriam trunfos para a vitória do
conservador.
Pleno News