A relação entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ditador venezuelano Nicolás Maduro foi tema de um editorial publicado pelo jornal O Estado de São Paulo nesta sexta-feira (1°). Em tom crítico, o veículo disse que Lula tem uma "fidelidade canina" a Maduro mesmo sendo atacado pelo venezuelano.
– O ditador Maduro, portanto, pode ficar tranquilo. Aparentemente, não há insulto ou humilhação capaz de lanhar a fidelidade canina de Lula, Amorim e seus sequazes ao regime chavista – que ademais, não se pode esquecer, deve nada menos que 1,5 bilhão de dólares (R$ 8,7 bilhões) ao Brasil e aparentemente não tem a menor intenção de pagar – destacou o jornal.
Com o título Masoquismo Diplomático, o editorial diz que a ditadura chavista nunca "deu a mínima" para o Brasil governado por Lula, salvo quando tinha algum interesse. No texto, o jornal lembrou do gesto recente do regime venezuelano de convocar o embaixador do país em Brasília e questionou o motivo de o Brasil não ter feito o mesmo com o seu representante em Caracas.
– O mínimo que o governo brasileiro deveria fazer seria convocar seu embaixador em Caracas, num gesto de reciprocidade, como sugere o protocolo diplomático. Mas até agora reina o mais absoluto silêncio, como se já não fossem suficientes as seguidas agressões de Maduro ao Brasil e a seu governo – diz o Estadão.
O jornal também destacou que, por muito menos do que o regime venezuelano já fez, Lula condicionou um encontro com o presidente da Argentina, Javier Milei, a um pedido de desculpas do argentino porque este o chamou de "corrupto".
Por fim, o Estadão também lembrou que mesmo "quando a roubalheira da eleição venezuelana já estava clara para o mundo todo", Lula ainda que chegou a dizer não ter visto "nada de anormal" no país vizinho.
– Lula afirmou não ter visto "nada de anormal" naquela votação – celebrada pelo PT como uma "jornada pacífica, democrática e soberana" que deu a "vitória" a Maduro. Depois, uma nota do Foro de São Paulo subscrita pelo PT acusou as "forças de extrema direita" de "atacar os resultados da eleição presidencial venezuelana e a vitória do presidente Nicolás Maduro" – completou.
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