O
governo da Bolívia afirmou, nesta segunda-feira (28), que a denúncia de
tentativa de assassinato feita pelo ex-presidente Evo Morales no último domingo
seria um "teatro". Segundo o ministro do Interior, Eduardo del Castillo, os
disparos contra policiais que escoltavam Morales partiram do próprio veículo do
ex-presidente.
Morales relatou que foi alvo de um ataque enquanto viajava entre
Villa Tunari e Lauca Ñ, em Cochabamba, para apresentar seu programa semanal de
rádio. Ele afirmou que o atual governo estaria interessado em "eliminá-lo" e
que seu motorista ficou ferido após tiros de ocupantes de outros veículos.
"Eles fizeram disparos de arma de fogo a partir daquele veículo contra a
integridade dos policiais e dos veículos que estavam sendo utilizados no
combate ao tráfico de drogas", rebateu o ministro Del Castillo, em coletiva,
alegando que Morales editou imagens do incidente para acusar os policiais.
"Senhor Morales, por que o senhor edita seus vídeos e por que
não mostra como atiraram na polícia?", questionou Del Castillo, que também
ironizou a versão apresentada por Morales sobre a suposta velocidade do
veículo: "Ninguém acredita que uma pessoa possa dirigir a 170 km/h sem pneus".
O embate entre Morales e o atual governo, liderado por Luis
Arce, é parte de uma disputa interna no partido Movimento ao Socialismo (MAS),
onde ambos disputam a liderança para as eleições presidenciais de 2025.
Morales, expulso do partido em 2023, enfrenta ainda uma série de investigações
por supostos crimes, incluindo denúncias de estupro e tráfico de pessoas. Em
resposta, ele alega ser alvo de perseguição política e judicial orquestrada por
Arce.
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