Grupos criminosos, especializados em
ataques virtuais, estão desenvolvendo campanhas fraudulentas por meio da
manipulação de vídeos deepfake, utilizando a imagem de figuras públicas,
incluindo CEOs, âncoras de notícias e funcionários do alto escalão do governo.
Essas operações têm sido realizadas em diferentes idiomas e divulgam esquemas
de investimentos falsos, bem como ofertas enganosas em nome de governos.
Pesquisadores da Unit 42 da Palo
Alto Networks, especialistas em pesquisa e inteligência de ameaças,
descobriram dezenas de campanhas de golpes direcionadas a potenciais vítimas em
diversos países, incluindo Canadá, México, França, Itália, Turquia, República
Tcheca, Singapura, Cazaquistão e Uzbequistão. Devido às semelhanças táticas e
de infraestrutura, eles estimam que muitas dessas ações sejam originadas de um
único grupo cibercriminoso.
Em junho de 2024, centenas de
domínios foram descobertos sendo utilizados para promover esses golpes, e foi
documentado que cada domínio foi acessado, em média, 114 mil vezes no mundo
todo desde que foram ativados, conforme a telemetria de DNS passivo (pDNS) da
Unit 42.
Por meio de diferentes campanhas,
diversos vídeos foram gerados e amplamente compartilhados pelos cibercriminosos
em sites pertencentes a domínios recém-registrados. Após investigações mais
aprofundadas, os especialistas identificaram que os materiais audiovisuais
estavam hospedados, em sua maioria, em um único domínio:
Belmar-marketing.online.
Modus operandi
Os primeiros vídeos disseminaram uma
campanha promovendo um esquema de investimento chamado Quantum AI. Os
pesquisadores estudaram a produção em questão para acompanhar sua disseminação
ao longo do tempo. Por meio da infraestrutura utilizada, várias outras
campanhas foram reveladas em diferentes partes do mundo.
Os criminosos aplicaram temas
completamente diferentes em suas várias tentativas de golpe, desenvolvidas em
diversos idiomas, utilizando a imagem de figuras públicas e líderes
empresariais, sugerindo que cada campanha foi projetada para alcançar um
público-alvo diferente.
Na maioria dos casos, um áudio falso,
gerado por Inteligência Artificial, era adicionado a um vídeo legítimo.
Finalmente, foi utilizada tecnologia de sincronização labial para modificar os
movimentos do orador, ajustando-os ao áudio manipulado. Em parte considerável
dos conteúdos, a imagem de Elon Musk foi utilizada, embora outras
personalidades públicas também tenham sido identificadas.
Geralmente, os grupos que criam esses
golpes utilizam, a princípio, anúncios em redes sociais ou notícias falsas para
direcionar os usuários a páginas web fictícias, que solicitam informações de
contato das vítimas.
Após o usuário visitar a página
inicial enganosa e preencher um formulário de inscrição, um dos golpistas liga
para o mesmo. Durante a chamada, é informada a necessidade de pagar um valor
inicial para obter acesso à plataforma.
Posteriormente, o atacante instrui as
vítimas a baixarem um aplicativo para que possam "investir" mais dinheiro.
Dentro do aplicativo, um painel exibe pequenos lucros. A partir disso, os
criminosos continuam a persuasão para que sejam depositados valores monetários
ainda maiores, e podem até permitir que seja retirada uma pequena quantia, como
forma de conquista da confiança do alvo.
Por fim, quando as pessoas lesadas
tentam sacar os fundos, são solicitadas taxas de saque ou informados outros
motivos pelos quais o dinheiro não pode ser retirado. Neste ponto, os
criminosos bloqueiam a conta, retendo o restante dos fundos, levando as vítimas
a perderem grande parte do que investiram na "plataforma".
Apesar do uso de Inteligência
Artificial Generativa (GenAI) nessas campanhas, técnicas tradicionais de
investigação ainda são úteis para identificar a infraestrutura de hospedagem
usada pelos agentes enganadores. No entanto, à medida que o uso malicioso da
tecnologia cresce, a capacidade e sofisticação dos sistemas de segurança para
detectar e prevenir proativamente esse tipo de ataque também deve
aumentar.
Os pesquisadores da Palo Alto
Networks continuam monitorando essas atividades criminosas baseadas em
deepfake, bem como outras técnicas de golpe, para alertar os usuários e
promover a prevenção através de filtros avançados de URL, disponíveis no link.
Sobre a Palo Alto
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A Palo Alto Networks é líder mundial
em cibersegurança. Inovamos para superar as ameaças cibernéticas, para que as
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preferido, reconhecido entre os locais de trabalho mais amados da Newsweek
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