19/11/2024 +55 (83) 98773-3673

PolĂ­cia

Andre@zza.net

PF prende Patroa do PCC em cerimônia de posse no Ministério Público

Por Blog do Elias Hacker 12/09/2024 às 15:21:02

A Promotoria de Justiça de Itapeva, no interior de São Paulo, iria ganhar uma estagiĂĄria, Elaine Souza Garcia, na Ășltima terça, 10, mas a posse da estudante de Direito foi barrada por uma ação conjunta da PolĂ­cia Federal e do Ministério PĂșblico estadual após a descoberta de suas ligações muito próximas com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Elaine carrega a alcunha de "Patroa" da facção. Ela foi presa pouco antes de assumir suas funções no MP paulista.

Alvo da Operação Baal, Elaine estĂĄ sob suspeita de liderar ataques do "Novo Cangaço" – ações brutais de grupos armados da facção que espalham o terror em cidades menores do interior paulista e de outros Estados para roubos de empresas de valores e invasão de bancos.

A reportagem busca contato com a defesa. O espaço estĂĄ aberto para manifestações.

Segundo publicação no DiĂĄrio Oficial do Estado, Elaine foi convocada para assinar, a partir de 9 horas da terça, o termo de posse na Promotoria de Itapeva, municĂ­pio com cerca de 90 mil habitantes situado a 290 quilômetros de São Paulo.

Os promotores da Operação Baal estão convencidos de que o PCC tentou infiltrar "Patroa" no Ministério PĂșblico para levantar informações privilegiadas sobre investigações sigilosas.

Na terça, a PF deflagrou a segunda fase da Operação Baal para prender trĂȘs integrantes do "Novo Cangaço". As investigações foram abastecidas por vĂ­deos em que um CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) dĂĄ aulas de tiro de fuzil para outro integrante do grupo.

Segundo a PF, um investigado preso na nova fase da Baal é ligado ao PCC. Ele ficou foragido de 2005 até 2024, quando foi localizado e detido em outra ação da Promotoria de Justiça de Campinas. Na ocasião, foram apreendidas armas, acessórios, munições, roupas camufladas e outros objetos usados na execução de crimes marcados por extrema violĂȘncia.

A Operação Baal levou o Ministério PĂșblico a denunciar 18 integrantes de uma quadrilha que promoveu uma onda de ataques do "Novo Cangaço". A Justiça tornou réus os acusados. A Promotoria pede que cada um deles seja condenado ao pagamento de R$ 5 milhões a tĂ­tulo de indenização por danos morais à coletividade

A primeira fase ostensiva da investigação foi deflagrada em maio, quando a PolĂ­cia Federal e o Ministério Publico de São Paulo cumpriram 12 ordens de prisão temporĂĄria e prenderam em flagrante quatro suspeitos por posse ilegal de arma.

"As ações investigadas constituem uma modalidade de conflito proveniente da evolução de crimes violentos contra o patrimônio, no qual grupos criminosos subjugam a ação do poder pĂșblico por meio do planejamento e execução de roubos que causam um verdadeiro terror social", destacou a PF.

Durante as diligĂȘncias da primeira fase da Baal, foram apreendidas diversas armas, inclusive fuzis com alto poder de destruição, explosivos, pólvora, granadas caseiras e coletes balĂ­sticos. Em meio às buscas, um dos investigados no PiauĂ­ chegou a reagir. Outro tinha uma barricada no portão de sua casa

O nĂșmero de armas apreendidas em posse dos alvos surpreendeu os investigadores. No endereço comercial de um alvo – onde antes funcionava uma loja de veĂ­culos (hoje desativada), atualmente servindo de base para uma empresa de reciclagem – foi identificado um esconderijo de armas.

Também foram encontrados em uma casa no interior do Maranhão peças de fardamento usado por policiais, o que indica que o grupo estava pronto para uma nova ação, segundo a PF.

As investigações indicam que a quadrilha planejava um ataque para o final do ano passado, mas a ação foi adiada por causa da morte de um dos lĂ­deres, executado por outra facção.

O inquérito foi aberto após a tentativa de roubo a um banco em abril de 2023, em Confresa (MT). Na ocasião, suspeitos foram presos e mortos em confronto. Um deles morava em São Paulo e integrava o PCC.

A partir das informações sobre essa tentativa de roubo, foram descobertas outras ações semelhantes financiadas pelo PCC. O grupo estĂĄ ligado a ações sanguinĂĄrias que levaram pânico e medo a Guarapuava (PR), em 2020, e também a CriciĂșma (SC),e Araçatuba (SP), em 2021.


Fonte: Estadão ConteĂșdo

Comunicar erro
ComentĂĄrios