Após falta de acordo entre os presidentes partidários Gilberto Kassab, do PSD e, o também deputado federal Marcos Pereira (SP), do Republicanos, o nome de Hugo Motta (Republicanos-PB) tomará o lugar do segundo na eleição da presidência da Câmara em 2025. Para Pereira, a alternativa é uma "solução consensual" para unificar a Casa "com serenidade, diálogo e previsibilidade".
Até então, Pereira seria indicado para enfrentar Antônio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (União Brasil-BA). A retirada da candidatura foi comunicada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem simpatia por Motta, e ao atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na tarde dessa terça-feira (3): "Diante deste cenário, abri mão de minha candidatura e decidi colocar ao presidente Arthur Lira a opção do líder da bancada do Republicanos", falou em nota.
Fato é que o novo nome tem mais capilaridade entre os deputados, sendo capaz de conversar com as demais bancadas, enquanto Elmar é visto como alguém mais resistente à articulação, mesmo sendo o nome mais propenso a receber o apoio de Lira. Este é um passo para pacificar a eleição da Câmara e não perder o fortalecimento que o Congresso conquistou nos últimos anos.
Por que isso é importante: Brito e Motta disputaram votos dentro do próprio bloco. Formado por MDB, PSD, Republicanos e Podemos, este é o segundo maior conjunto de deputados, com 147 nomes, logo atrás dos 161 deputados que formam o chamado "centrão", com União Brasil, PP, a federação PSDB e Cidadania, PDT, Avante, Solidariedade, PRD — essas legendas devem apoiar Nascimento, líder da bancada.
Composição das bancadas
Como ficam os outros blocos: a forte bancada do PL, com 92 nomes, e o Novo, com 4, estão mais próximos de seguir Lira. Mas, também, podem indicar outro nome. Enquanto isso, a Federação Brasil da Esperança, que elegeu Lula (PT), o PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin, e a federação Psol e Rede devem aguardar orientação do governo.
Definição só ocorrerá em fevereiro de 2025.
Quem é Hugo Motta?
Hugo Motta Wanderley da Nóbrega, de 34 anos e formado em medicina, nasceu na capital paraibana, João Pessoa, e iniciou a carreira política no MDB, em 2005. No ano seguinte, participou da campanha de José Maranhão ao governo da Paraíba e nas candidaturas do pai, Nabor Wanderley da Nóbrega Filho (Republicanos), atual prefeito de Patos (PB). Foi eleito pela primeira vez em 2010, aos 21, sendo o mais jovem a conseguir o cargo de deputado, com mais de 86 mil votos.
Foi reeleito em 2014, agora com 124 mil votos, e em 2018, já no Republicanos, com 92,5 mil. Na última eleição, em sua quarta legislatura, recebeu o apoio de 158 mil eleitores, sendo o mais votado da Paraíba no pleito.
No partido, ocupa o cargo de líder da bancada e a posição de vice-presidente nacional e presidente estadual. Na Câmara, presidiu a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, em 2014, e a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em 2015.
agoranoticiasbrasil.com.br