O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB),
subiu o tom contra Pablo Marçal (PRTB) nesta segunda-feira (26), chamando-o de
"moleque", "lacrador" e "irresponsável", além de afirmar que o PRTB, partido ao
qual Marçal é filiado, está envolvido "até o nariz" com o Primeiro Comando da
Capital (PCC). O empresário não se manifestou.
– Não existe ataque [contra o Marçal]. O que existe é você colocar as
situações. Quando alguém mostra que o partido dele está envolvido até o pescoço
– melhor, até o nariz – com o PCC, não é ataque, é a imprensa que está
relatando – disse Nunes, em entrevista coletiva na manhã desta segunda.
– Uma pessoa que foi presa por sequestro está lá junto, né? Pessoa que troca
carro por drogas. A imprensa está fazendo um belo de um trabalho de demonstrar
as relações que tem o partido dele com o PCC – afirmou o prefeito,
acrescentando que é importante saber com quem Marçal anda.
O partido de Marçal enfrenta uma série de acusações sobre uma possível
ligação de seus integrantes com o crime organizado. Antigos aliados do
presidente nacional do PRTB e articuladores informais da legenda do empresário
são acusados de trocar carros de luxo por cocaína para o Primeiro Comando da Capital,
financiando o tráfico de drogas e dividindo os seus lucros.
Questionado sobre sua participação no próximo debate entre os candidatos
à Prefeitura de São Paulo, Nunes afirmou que gostaria de participar, mas alegou
que há a necessidade de diferenciar debate de um "palco para um irresponsável,
um moleque, fazer cortes e disseminar mentiras".
Ao citar um vídeo em que Marçal o acusa de se reunir com o presidente
Lula (PT) para tratar da suspensão de suas redes sociais, Nunes afirmou que o
"nível de irresponsabilidade é absurdo".
– A gente está lidando com um cara que não tem compromisso com a
verdade, com nada. É um lacrador, um irresponsável e que a gente de certa forma
fica preocupado. A que ponto esse cara, com essa condição de falta de
compromisso com a verdade, pode chegar? – declarou o prefeito.
Segundo o Estadão, a equipe de Nunes aguardava que o ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) e seu círculo começassem a atacar Marçal antes de o prefeito se
posicionar mais abertamente contra o adversário. De acordo com membros da
campanha do emedebista, se Nunes tivesse iniciado os ataques sozinho, sem o
respaldo dos aliados do ex-presidente, ele correria o risco de se desgastar com
o eleitorado mais alinhado a Bolsonaro, que em grande parte apoia Marçal.
*Com informações AE