O Ministério da Saúde instalou
ontem um Centro de Operações de EmergĂȘncia em Saúde (COE) para coordenar e
acompanhar ações de resposta à mpox. A doença foi considerada emergĂȘncia
sanitĂĄria pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta semana. A ministra da
Saúde, Nísia Trindade, no entanto, descartou o mesmo cenĂĄrio para o Brasil e
disse que o momento é de "alerta" e não de "alarme".
"O comitĂȘ vai ficar debruçado na
anĂĄlise técnica e também na organização para o acompanhamento dessa emergĂȘncia.
De imediato, quero dizer que não hĂĄ nenhum caso no país da variante b da Cepa 1
da mpox, que foi a que causou esse surto com maior capacidade de transmissão e
gravidade (no mundo)", explicou Trindade.
Existem duas cepas de mpox, a 1 e
a 2, sendo possível variantes, como é o caso da "b", que originou o alerta
mundial. Dados da Saúde apontam que, no Brasil, até o momento, só foi detectada
a Cepa 2 nos infectados. Neste ano, o país jĂĄ registrou 709 casos da doença —
número ainda pequeno quando comparado aos 10 mil casos notificados em 2022,
durante o pico da doença.
Ainda de acordo com a pasta, o
perfil de quem teve a doença no país é de pessoas majoritariamente do sexo
masculino (91%) com idade entre 19 a 39 anos (70%). Quase a metade (42%) é
diagnosticada com HIV ou também com doenças imunossupressoras (34%). A
tendĂȘncia é a mesma para os casos de óbitos. Ao todo, foram registradas 16
mortes pela doença nos últimos dois anos, sendo todos homens e 15 deles, com
HIV.
Apesar do perfil dos infectados,
qualquer pessoa que tenha contato com o vírus pode ser infectada. As maneiras
mais comuns de contrair a doença são o contato físico e o contato com materiais
contaminados. Os principais sintomas são: dor de cabeça, ínguas, calafrio,
fraqueza, lesões na pele (principalmente na ĂĄrea genital), febre e dores no
corpo.
Ações
A ministra da Saúde garantiu que o Brasil tem capacidade de identificar a
doença, através da realização de exames, que são feitos em 27 laboratórios
estaduais e 3 nacionais. JĂĄ sobre as vacinas contra a mpox, elas são aplicadas
desde o último ano em pessoas vivendo com HIV, que tiveram contato com
infectados e também em profissionais de laboratório que fazem o exame para
identificar a doença.
"No Brasil, nós vacinamos com uma
licença especial da AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa) em casos
muito excepcionais, para grupos muito vulnerĂĄveis, pessoas que tinham tido
contato com outras pessoas doentes. Então, a vacinação nunca serĂĄ uma
estratégia em massa para a mpox", declarou.
Existe apenas um laboratório, na
Dinamarca, que produz o imunizante, o que torna o produto muito caro e
necessita de autorização da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) para
adquiri-lo. O Brasil estĂĄ em negociação para a aquisição emergencial de 25 mil
doses da vacina.
Tire suas dúvidas
· Quem pode ter?
Qualquer pessoa, mas a maioria
dos casos foi identificada na faixa etĂĄria de 19 a 39 anos.
· Quais são os sintomas?
Dor de cabeça, ínguas, calafrio,
fraqueza, lesões na pele, febre e dores no corpo. As lesões podem ser planas ou
levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar
crostas, que secam e caem. Em caso de suspeita da doença, a orientação é
procurar imediatamente uma unidade de saúde e evitar o contato com outras
pessoas.
· Qual o tratamento?
Não hĂĄ tratamento específico para
a infecção pelo vírus da Mpox. Os medicamentos são prescritos para aliviar
dores e demais sintomas, além de prevenir sequelas a longo prazo.
· Existe vacina?
Sim, desde o ano passado ela é
aplicada no país. Porém, apenas um laboratório no mundo produz, o que a torna
muito cara. Por isso, ela é aplicada em uma população específica: pessoas com
HIV, imunossuprimidos, quem teve contato com alguém infectado e profissionais
de laboratório.
Fonte: agoranoticiasbrasil.com.br/