O Partido Novo apresentou uma
notícia-crime à Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro
Alexandre de Moraes por crimes de falsidade ideológica e formação de quadrilha.
O anúncio foi dado em publicação conjunta da legenda e Deltan Dallagnol, nas
redes sociais, nesta quarta-feira (14).
– Se depender de nós do time do
Novo, esse caso não vai acabar em pizza! – diz a publicação.
post ainda encoraja pessoas a se
juntarem ao "time de guerreiros do Novo".
A denúncia da legenda sugere que
Moraes agiu em conluio com o juiz auxiliar Airton Vieira e o ex-chefe da
assessoria de combate à desinformação do TSE, Eduardo Tagliaferro, o que pode
ser uma possível formação de quadrilha.
– As mensagens vazadas comprovam
que o país deixou de ser uma democracia liberal em que direitos são
respeitados. À medida que abusos se acumulam, é forçoso concluir que o Brasil
vive sob a sombra da atividade autoritária de Alexandre de Moraes, um supremo
inquisidor – diz o pedido.
ENTENDA
No período em que o ministro Alexandre de Moraes presidia o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), o gabinete do magistrado no STF teria usado de maneira não
oficial a estrutura do TSE para produzir relatórios sobre aliados do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações foram divulgadas pela Folha
de S.Paulo a partir de diálogos obtidos pelo jornal.
De acordo com o veículo, os
documentos produzidos pelo setor de combate à desinformação da Corte Eleitoral
foram usados para embasar decisões do ministro no inquérito das fake news, do
STF.
As mensagens obtidas pela Folha
englobam o período de agosto de 2022 até maio de 2023. Entre os nomes citados
pela reportagem estão o juiz instrutor Airton Vieira, assessor de Moraes no
Supremo, e Eduardo Tagliaferro, perito criminal que comanda a Assessoria
Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE.
De acordo com o jornal, nenhum
dos casos reportou que os relatórios sobre os aliados de Bolsonaro teriam sido
pedidos de maneira não oficial por Moraes ou por seu gabinete no STF. Segundo a
Folha, alguns documentos apontaram que os documentos foram pedidos por algum
juiz auxiliar do TSE ou, em alguns casos, como denúncia anônima.
Um dos diálogos revelados trata
do jornalista Rodrigo Constantino. Um assessor compartilhou no WhatsApp um
pedido de Moraes para que fossem analisadas mensagens do jornalista sobre o
TSE. O assessor teria pedido um relatório ao TSE sobre a conversa e dito que as
decisões posteriores seriam dadas pelo STF.
– Através de nosso sistema de
alertas e monitoramentos realizados por parceiros deste Tribunal, recebemos
informações de frequentes postagens realizadas pelo perfil @Rconstantino, esse
em uso na plataforma Twitter, no qual informam existir diversas postagens
ofensivas contra as instituições, Supremo Tribunal Federal e Tribunal Superior
Eleitoral – informa o documento elaborado pela Corte Eleitoral.
O jornal chegou a procurar o
ministro e os assessores que aparecem nos diálogos, mas nenhum deles respondeu
a nenhum questionamento.
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